Ferroviário.
O modal de transporte ferroviário é aquele realizado através de ferrovias, por trens, compostos por vagões, que por sua vez são puxados por locomotivas. Para este tipo de transporte são utilizados os trilhos. Podendo transportar tanto pessoas como produtos e materiais. Seus vagões podem ser fechados ou estilo plataformas. Em geral, os trens são compostos por aproximadamente 100 vagões, cada vagão com capacidade em torno de 72 toneladas.
O precursor da ferrovia no Brasil foi Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá), que lançou os primeiros trilhos ligando o Rio de Janeiro a Serra de Petrópolis. Tempos depois vieram às obras em que ligava Recife a São Francisco, Bahia a São Francisco, Santos a Jundiaí e a Estrada de Ferro Central do Brasil.
A primeira ferrovia brasileira surgiu em 1854, com a construção da primeira linha com uma extensão de 15 km, que ligava a Praia da Estrela à Petrópolis. Após esse marco, inicia-se a construção de outras ferrovias em diversos estados do Brasil. Na época as estradas férreas eram particulares, independentes e se destinavam exclusivamente ao escoamento de produtos agrícolas – café e o açúcar – que eram transportados das fazendas diretamente para os portos, onde era feita a comercialização e exportação desses produtos.
Na década de 50, a ferrovia foi aos poucos sendo substituída pelo sistema rodoviário, pois representava um custo menor em relação à ferrovia e significava, naquele período, um salto para a modernidade, com o advento de novas tecnologias, possibilitando um investimento maior em infra – estrutura, tais como construção de novas estradas e uma maior produção da indústria automobilística.
Devido a essa tendência, as linhas férreas se tornavam em seus trechos de menor expressão, obsoletas e eram transformadas em extensão das rodovias, e os outros trechos viraram concorrentes do sistema rodoviário.
A falta de investimento no setor pelo governo federal tornou a ferrovia um sistema arcaico, sem investimento em tecnologia para competir com os outros modais, sendo operacionada de maneira ineficiente e causando grandes prejuízos a economia do país.
Com o inicio da privatização das ferrovias em 1996, fez com que esse panorama fosse mudando aos poucos, devido ao investimento de capital privado, no tocante a recuperação da malha ferroviária e nas novas tecnologias no sistema de transporte. As empresas que hoje operam a malha ferroviária brasileira são: ALL (América Latina Logística); CFN (Companhia Ferroviária do Nordeste); CVRD/EFC (Companhia do Vale do Rio Doce – Estrada de Ferro Carajás); CVRD/EFVM (Companhia Vale do Rio Doce – Estrada de Ferro Vitória Minas); FCA (Ferrovia Centro Atlântica); Ferroban (Ferrovia Bandeirantes); Ferronorte (Ferrovias Norte Brasil); Ferropar (Ferrovias do Paraná); FTC (Ferrovia Tereza Cristina); MRS Logística, Ferrovia Novoeste; Ferrovia Norte – Sul que é administrada pelo governo federal e a PortoFer que administra a malha ferroviária do Porto de Santos.
Um dos maiores obstáculos para a expansão deste modal deve-se aos altos investimentos na construção da malha férrea, pois muitas vezes o local escolhido é de difícil acesso, compreende numa região desabitada e sem uma perspectiva de mercado consumidor onde dificultava as opções de financiamento.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o sistema de transporte ferroviário brasileiro tem aproximadamente 29. 706 mil quilômetros de malha férrea. Com concentração maior nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, atendendo parte do Centro – Oeste e do Norte do país. Sendo 28.840 quilômetros destinados a empresas concessionárias, tendo como principal objetivo a recuperação da malha e o desenvolvimento do transporte ferroviário.
Esse tipo de modal é responsável pelo transporte de 24% da carga nacional, e mesmo tendo um custo elevado de manutenção e implementação, o mesmo apresenta grande eficiência energética.
Como dito antes, possui um custo de implantação elevado, pois exige leitos mais elaborados, aquisição simultânea do material rodante, constituído de locomotivas e vagões. Porém possui um baixo custo operacional e pequeno consumo de combustível em relação ao transporte rodoviário.
Não apresenta grande flexibilidade, pois opera através de pontos fixos e de longa distância onde há transbordos realizados na origem e no destino são compensados pelo menor custo do transporte. Possui uma enorme capacidade para transportar grandes lotes de mercadorias, com fretes mais baixos que varia de acordo com o volume transportado e o tipo de material.
a) Vantagens ou pontos fortes do transporte ferroviário.
É um transporte de baixo custo operacional e que se adapta perfeitamente bem para transportar matérias – primas e manufaturados de baixo valor. É ideal para as grandes quantidades de cargas, agüentando tranquilamente toneladas de materiais. Consegui alcançar longas distâncias em um custo reduzido e com baixo consumo energético por unidade transportada.
É adequado para o transporte de mercadorias agrícolas, grãos, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, materiais de construção e outros materiais pesados como madeiras, ferro, rochas e outros.
Não existe estoque em trânsito, onde o tempo de viagem é considerado período de estoque. Também não sofre nenhuma influência atmosférica, sendo considerado amigo do ambiente por poluir mesmo que os outros modais. Tem o menor índice de roubo, furto e acidentes em relação aos transportes rodoviários.
b) Desvantagens ou pontos fracos do transporte ferroviário.
O transporte ferroviário é muito lento e ideal para transportar matérias – primas e manufaturados de baixo valor para longas distâncias. Tem desempenho inferior ao frete rodoviário.
Uma das grandes desvantagens é a questão de serviços, horários e rotas pouco flexíveis. O que o fazer ser pouco competitivo para distâncias curtas e cargas pequenas. Possui grande dependência de outros tipos de transportes, já que só trafega de terminal para terminal.
Tem grande dificuldade em percorrer áreas de aclive e declive acentuado, ocasionando o reembarque, ou transbordo de mercadorias para que as mesmas possam chegar ao seu destino. Além de um elevado custo de investimento na manutenção e no funcionamento de todo sistema férreo.
Outro ponto critico do meio ferroviário brasileiro é a diferença no tamanho das bitolas, que são as distâncias internas da face interior dos trilhos por onde deslizam as rodas de ferro. Isso ocorrer porque a malha ferroviária brasileira é comum encontrar a bitola métrica, com medida de 1,00 metros ou de 1,60 m (bitola larga). Muitas vezes esse fator dificulta que o trem possa ir até o seu ponto final sem problemas.
c) Oportunidades do transporte ferroviário.
Uma das grandes oportunidades do transporte ferroviário é com relação ao aumento da velocidade de trajeto e da carga e descarga de seus produtos, melhorando os equipamentos dos terminais e a malha férrea também.
Pode ser utilizado com mais freqüência os comboios e o uso de sistemas de informação que permita melhor o controle das frotas ferroviárias e a programação de rotas.
d) Ameaças do transporte ferroviário.
Para o transporte ferroviário a maior ameaça é o não investimento na construção de uma nova malha férrea, na manutenção das já existentes e esquecimento por meio do governo nesse tipo de modal.
Esse tipo de modal perde espaço para o modal rodoviário e está cada vez mais perdendo espaço para o modal marítimo e dutoviário.
e) Fretes do transporte ferroviário.
O frete ferroviário é mais barato do que o rodoviário e além disso consegue transportar maiores quantidades em risco de congestionamento. Esse tipo de frete é baseado em dois fatores:
Quilometragem percorrida – distância entre as estações de embarque e desembarque.
Peso da mercadoria.
O frete é calculado por meio da multiplicação da tarifa ferroviário pelo peso ou volume, utilizando-se aquele que proporcionar maior valor. Também pode ser calculado pela unidade de contêiner, independente do tipo de carga, peso ou valor da mercadoria.
Não incidem taxas de armazenagem, manuseio ou qualquer outra. Podem ser cobradas taxas de estadia do vagão.
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