Mostrando postagens com marcador SIG. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador SIG. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A empresa e a importância dos objetivos


Sistema
De Informações Gerenciais
 
A empresa e a importância dos objetivos 

EQUIPE

Gleidson Max Honório
Joana Darc de Moura
Raimundo Gomes da Silva
Serdelina Glecia Nicolete
Sérgio Gleiston Nicolete



SOBRE O AUTOR

Antônio Carlos Cassarro

Administrador de Empresas, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; Economista e Contador, pela Faculdade de Economia São Luiz; Pós-graduado em Administração Econômica por Objetivos.
Máster em Tecnologias Educacionais , pela FAAP
Cursos de especialização nas áreas de organização e TI e, em psicologia comportamental.
Professor de pós-graduação, junto à FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado; Professor do MBA de Vendas, pela UNISA - Universidade de Santo Amaro;
Professor de pós-graduação, junto as Faculdades Flamingo, São Paulo, SP e Faculdade do Sudoeste Paulista, Avaré, SP
Professor convidado, pós-graduação e especialização, junto a FGV-SP – Fundação Getúlio Vargas, SP e a FITO – Fundação Instituto de Tecnologia de Osasco, SP
25 anos de atuação como orientador e coordenador de programas de desenvolvimento de competências e habilidades técnicas e comportamentais para pessoal de gestão e operação, em empresas privadas e entidades públicas (atendimento aos clientes, auto-estima, auto-motivação, gestão e liderança, criatividade e comunicação; relacionamento interpessoal e trabalho em equipe; sistemas de informações gerenciais e tomadas de decisões.)
Diretor Técnico da CTO – Consultoria e Treinamento Organizacional, fundada em maio de 1987.
Conselheiro Efetivo do Conselho Regional de Administração de São Paulo e membro dos Conselhos Regionais de Contabilidade e de Economia de São Paulo.
Presta serviços comunitários junto ao Grupo Socorrista Itaporã, Tatuapé, São Paulo, desde 1994, como discípulo da Fraternidade dos Discípulos de Jesus (FDJ).
Em 30 de maio de 2005 recebeu a comenda “Loba Romana”, conferida pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, por relevantes serviços prestados à comunidade.
De Janeiro de 2001 a Novembro de 2005, proferiu 412 palestras, coordenou 81 seminários, e teve 108 artigos técnicos de sua autoria, editados na mídia impressa e eletrônica.
No mesmo período participou de 54 eventos nacionais e internacionais, assistindo a 93 palestras.
É autor das seguintes obras:
* “Informática e Organização”, editado pela IOB Informações Objetivas, em cinco módulos;
* “Como desenvolver sua capacidade de Chefia e Liderança”, IOB, dentro da Coleção Empresarial IOB;
* “Sistemas de Informações para Tomada de Decisões”, Thomson-Pioneira,
* “Atender é Vender – Técnicas de Atendimento e Vendas”, Thomson-Pioneira,
* “Como obter e manter o Sucesso no Varejo”, Thomson-Pioneira;
* “Construindo o futuro de seus negócios - como planejar e agir com visão estratégica”, LTR Editora;
* “Controles Internos e Segurança de Sistemas – Prevenindo fraudes e tornando auditábeis os sistemas”, LTR Editora.
Atividades anteriores:
•  Diretor executivo da Logus Computadores, empresa do Grupo IOB – Informações Objetivas
•  Gerente de Consultoria (organização, treinamento e auditoria de sistemas) junto à PriceWaterhouseCoopers, por cerca de 10 anos
•  Idem (idem), junto a Roberto Dreyfuss (Atual KPMG), por cerca de três anos;
•  Gerente de Organização e Informática, junto aos seguintes grupos empresariais:
•  Editorial Abril.
•  Silvio Santos,
•  Bunge y Born (Proceda)




Fonte: http://www.cenadem.com.br/conferencistas.php#cassarro

Trabalho de SIG - parte 2


Aquilo que o autor chama de “verdades históricas” leva-o a definir que:

Em qualquer época, nós, seres humanos, sempre necessitamos e necessitaremos de:
·         Definir claramente o objetivo a atingir;
·         Desenvolver um planejamento de como viabilizá-lo;
·         Nos organizarmos, de acordo com o plano estabelecido;
·         AGIR – pois que sem ação não haverá reação, não haverá resultados;
·         Comandar e coordenar as ações (nossas e de terceiros), sob nosso comando;
·         Controlar o desempenho (nosso e da equipe) e avaliar os resultados obtidos (2001:2)

Trata-se daquilo que CHIAVENATO chama de “ponto de vista mais amplo”, “tarefa básica da administração” (2008:12), em oposição ao “conceito tradicional e estreito” (Idem: 11) que consistia apenas em planejar, organizar, dirigir e controlar. A diferença fundamental consiste em focar nos objetivos e metas. “Graças ao processo de avaliação de resultados é que poderemos determinar a necessidade ou não de alteração de planos, da organização dos recursos e mesmo dos próprios objetivos” (CASSARRO, 2001:2).
E ainda podemos observar que a tarefa “controle e avaliação”, em CASSARRO, “não é, nem deve ser, executada como atribuição estática, final”, porém “deve ser executada continuamente, durante a realização de cada tarefa”, “deve ser de responsabilidade de cada executor”, não mais como algo restrito a “uma área de controle” (2001:2); Com isso, avaliação e controle permeia todo o processo. É o que permite a alteração ou permanência dos planos.
Com base nesses dados iniciais, o autor nos fornece três definições do que vem a ser uma empresa.
A primeira, a nível mais amplo, diz que empresa é “um agrupamento, uma organização humana, com atribuição de atividades e de responsabilidades entre os vários seres que a constituem, de modo que se possa atingir objetivos predeterminados” (2001:1).
A segunda definição que CASSARRO nos fornece nesse capítulo I, diz que empresa “é a reunião de recursos, visando atender a um dado objetivo” (2001:2).
Comparadas a outros autores, como por exemplo, PARSONS, as duas definições anteriores de CASSARRO descrevem aquilo que se chama de “organização”: “unidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos” (CHIAVENATO, 2008:5). Empresa seria “um tipo específico de organização” (CHIAVENATO, 2008:9).
Por fim, complementando ainda mais a definição de empresa, o autor, cita uma frase do 32° presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt (1933-1945): “empresa é uma entidade jurídica que tem como obrigação apresentar lucro, lucro este suficiente para permitir sua expansão e atendimento das necessidades sociais” (2001:2).
Das três definições que o autor nos fornece no capítulo em questão podemos inferir que empresa é uma entidade jurídica, que visa atingir objetivos predeterminados e atribuindo a cada um de seus membros responsabilidades que ajudaram a transformar os recursos e atender as necessidades existentes.
O próprio CASSARRO reconhece que “o maior objetivo de qualquer organização é o adequado atendimento de sua comunidade, de sua clientela” (2001:3). O lucro é conseqüência desse atendimento adequado. CHIAVENATO, fortalecendo ainda mais a afirmativa de CASSARRO, escreve:

É fundamental identificar qual é realmente o negócio de sua empresa. Muitas empresas perseguem tradicionalmente a idéia de que o seu negócio é o produto ou serviço que oferecem ao mercado. Errado! Essa é uma abordagem estreita, míope e confinada. O produto ou serviço deve servir a uma finalidade maior do que ele próprio. Quando a empresa focaliza exclusivamente o produto ou serviço que produz, está perdendo mercado e dinheiro (2008:28).

E conclui dizendo que o produto deve ser “analisado sob o ponto de vista do cliente que o compra e utiliza e não sob o ponto de vista de quem o produz” (Idem: 29).
Para Antônio Carlos CASSARRO, os fatores que podem determinar o sucesso de uma empresa são:

a)    Uma conceituação clara do objetivo a ser atendido;
b)    Um planejamento global e uma organização tal que permita, mediante o emprego dos recursos necessário, cumprir o objetivo; e,
c)     Uma sistemática de controle, prevista e determinada pelo planejamento capaz de medir os resultados reais contra os planejados e, mediante um sistema correto de feedback, possibilitar a doação de medidas necessárias à correção de possível desajustes (2001:3).
  
Para A.C. CASSARRO “toda e qualquer empresa, por menor ou maior que seja, qualquer que seja seu ramo de atividade é um sistema (ou um macro-sistema)” (2001:3). Mas, o que é mesmo um sistema? O autor não o define explicitamente. Devemos buscar em outras fontes tal definição. Para REBOUÇAS sistema “é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função” (2004:23). Para BIO “considera-se sistema um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo” (1996:18). Semelhante também é a definição proposta por FERREIRA, REIS & PEREIRA: “um sistema pode ser visto como um todo organizado ou complexo; uma combinação de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário” (2006:59). Por fim, para CHIAVENATO, “um sistema é um conjunto integrado de partes inter-relacionadas que existem para atingir um determinado objetivo ou cumprir um determinado propósito” (2008:33).
Percebe-se, pois, que, para todos os autores analisados, um sistema envolve interação entre as partes para formar um todo com uma determinada finalidade.
A Teoria dos Sistemas surgiu de uma percepção dos cientistas de que certos princípios e conclusões eram válidos e aplicáveis em diferentes ramos da ciência. Imbuído dessa filosofia, o biólogo alemão Ludwig von Bertalanffly lançou em 1937 as bases da Teoria Geral dos Sistemas (FERREIRA, REIS & PEREIRA, 2006:58).
BIO acrescenta:

Os conceitos e aplicações agregativas e de sistemas desenvolveram-se rapidamente depois da Segunda Guerra Mundial. Passa-se, então, a ouvir falar de sistemas de defesa, sistemas hidráulicos, sistemas econômicos etc. De fato, se a época anterior a Primeira Guerra Mundial foi de análise, a posterior converteu-se numa época síntese. Isso, porém, não significa que desapareceu a análise. Ao contrário, tornou-se ainda mais poderosa, com o constante desenvolvimento das técnicas e dos instrumentos. A ênfase em combinar os resultados da análise em um todo é que mudou radicalmente; e essa característica torna interessante e úteis os conceitos de sistemas (1996:17)
As idéias de sistemas tiveram um impacto de tal ordem que, praticamente, afetaram todos os demais campos do conhecimento humano. Daí as referências nas mais variadas áreas de conhecimento à ‘abordagem sistêmica’ ou ‘enfoque de sistemas’
A palavra sistema envolve, de fato, amplo espectro de idéias. Pode-se pensar em sistema solar ou no corpo humano com um sistema. Diariamente depara-se com sistemas de transporte, sistemas de comunicação, sistemas biológicos, sistemas econômicos etc. (1996:18).

CASSARRO classifica a empresa como um “macro-sistema” (2001:3). CHIAVENATO alerta que “ dependendo da focalização que se queira utilizar, uma empresa pode ser considerada um sistema composto de vários departamentos (subsistemas) e fazendo parte de um sistema maior (macrossistema), que é a própria sociedade da qual faz parte” (2008:34). Em outras palavras, a empresa representa o macro em relação aos seus departamentos, porém, é um subsistema da comunidade na qual está inserida.
Aquilo que CASSARRO chama de “comunidade” (2001:4), REBOUÇAS prefere chamar de “ambiente” (2004:25), “também chamado de meio ambiente, meio externo, meio ou entorno” (2004:26). Já CHIAVENATO, denomina-o de “contexto” (2008:37). O que vem a ser o a “comunidade” ou “ambiente”? “é o conjunto de elementos que não pertencem ao sistema, mas qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os seus elementos e qualquer alteração” (REBOUÇAS, 2004:25). “Constitui o seu mercado” (CASSARRO, 2001:4).
Em suma, A.C. CASSARRO nos diz que:

A empresa obtém da comunidade os recursos necessários – capital, mão-de-obra etc. – e lhe atende as necessidades, mediante o fornecimento de produtos (bens e/ou serviços). Dá interação empresa/mercado provêm os dados básicos para, junto aos dados operacionais da empresa, possibilitar a análise de desempenho, o planejamento e sua atualização, realimentando o ciclo de Planejar-Decidir-Operar (2001:4).  

Trabalho de SIG - parte 1


SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA TOMADA DE DECISÕES
Capítulo I: A Empresa e a Importância dos Objetivos

Antônio Carlos CASSARRO inicia sua obra afirmando que “é impossível a qualquer ser humano viver sozinho” (CASSARRO, 2001:1). Analisando sob diversos aspectos podemos constatar a veracidade e o alcance dessa afirmativa. Diferente dos outros animais, o ser humano não possui uma couraça de proteção, garras afiadas ou dentes pontiagudos; pelo contrário, ao nascer, é frágil demais para sobreviver sozinho, sem os cuidados maternos ou de qualquer outro ser humano. O repertório inato no reino animal é suficiente para a sua sobrevivência no mundo, já no caso do ser humano, “um bebê humano, por exemplo, não consegue prover sozinho a sua alimentação, enquanto a maioria dos animais já é auto-suficiente ao nascer. Longos anos haverão de se passar até que o ser humano tenha condições físicas, intelectivas e emocionais para sobreviver em seu ambiente próprio”[1].
O filósofo, teólogo e cronista brasileiro Rubem ALVES escreveu, certa vez, um trecho que ilustra bem a diferença entre o mundo humano e o animal:

Ao longo de centenas de milhares de anos, os animais conseguiram sobreviver por meio da adaptação física. Seus dentes e suas garras afiadas, os cascos duros e as carapaças rijas, seus venenos e odores, os sentidos hipersensíveis, a capacidade de correr, saltar, cavar, a estranha habilidade de confundir-se com o terreno, com as cascas das árvores, com as folhagens, todas essas são manifestações de corpos maravilhosamente adaptados à natureza ao seu redor. Mas a coisa não se esgota na adaptação física do organismo ao ambiente. O animal faz com que a natureza se adapte a seu corpo. E vemos as represas construídas pelos castores, os buracos-esconderijos dos tatus, os formigueiros, as colméias de abelhas, as casas de joão-de-barro... E o extraordinário é que toda essa sabedoria para sobreviver e arte para fazer seja transmitida de geração a geração, silenciosamente, sem palavras e sem mestre. Lembro-me daquela vespa caçadora que sai em busca de uma aranha, luta com ela, pica-a, paralisa-a, arrastando-a então para seu ninho... Ali deposita seus ovos e morre. Tempos depois, as larvas nascerão e se alimentarão da carne fresca da aranha imóvel. Crescerão. E, sem haver tomado lições ou freqüentado escolas, um dia ouvirão a voz silenciosa da sabedoria que habita seus corpos, há milhares de anos: “chegou a hora. É necessário buscar uma aranha...[2].

E conclui dizendo: “O animal é seu corpo. Sua programação biológica é completa, fechada, perfeita. Não há problemas não-respondidos. E, por isso mesmo, ele não possui qualquer brecha para que alguma coisa nova seja inventada. Os animais praticamente não possuem uma história, tal como a entendemos”[3]. Em contraste ao mundo animal, não é o corpo que faz o ser humano, é o homem que faz o seu corpo. Seu mundo é construído através das relações culturais. O antropólogo Roque B. Laraia escreveu que “ao adquirir cultura [o homem] perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de repetir os atos de sues antepassados, sem a necessidade de copiá-los ou de se submeter a um processo de aprendizado”[4] e, antes disso, o mesmo autor observa que “o homem criou o seu próprio processo evolutivo”[5].
Quando pesquisamos um pouco mais a fundo, a afirmativa inicial de CASSARRO parece ser desmentida pelo chamado “mito da solidão”, defendido por alguns autores no século XVIII, apregoando a auto-suficiência do homem. O homem não precisaria da sociedade para sobreviver. Por sua inteligência, seria capaz de prover a si mesmo o próprio sustento, sem a necessidade de uma economia de mercado ou de uma sociedade industrial. O indivíduo seria capaz de saciar suas necessidades sozinho. O exemplo típico que representa bem essa concepção é o livro do autor inglês Daniel Dafoe, Robinson Crusoé, escrito em 1719.
Crusoé é o único sobrevivente de um naufrágio e vê-se obrigado a viver sozinho, durante vinte e oito anos, em uma ilha, antes de encontrar o índio Sexta-Feira. O romance simboliza a luta do homem só contra a natureza, a reconstituição dos primeiros rudimentos da civilização humana, testemunhada apenas por uma consciência e dependente de uma energia própria[6]. Entretanto, mesmo Crusoé, no seu isolamento, não é um personagem desconectado da sociedade de seu tempo: ele é portador da cultura inglesa, típica de sua época, partilha dos mesmo valores, das mesmas angústias, questionamentos e crenças.
Uma atualização desse mito pode ser vista no filme, do ano 2000, “O Náufrago” (Cast Away), dirigido por Robert Zemeckis, cujo personagem principal, Chuck Noland (interpretado por Tom Hanks), após um acidente com um avião da companhia Fedex, torna-se o único sobrevivente e acaba isolado em uma ilha, onde é obrigado a sobreviver sem nenhuma das "regalias" que existem na vida contemporânea, por quatro anos. A solidão era tamanha que ele precisou criar um amigo imaginário, apelidado de Wilson (na verdade, uma bola de vôlei fabricada pela Wilson Sporting Goods).
O ser humano tem necessidade de relacionar-se. CASSARRO afirma que “mesmo os ditos eremitas sempre procuram estar acompanhados de outros seres vivos, sejam animais ou vegetais” (2001:1). 
Por exemplo, o fundador do monasticismo cristão, foi Santo Antão (também conhecido como Santo Antão do Egito, Santo Antão, ou Grande, Santo Antão, ou Eremita, Santo Antão, ou Anacoreta,), no séc. III. A sua vida foi contada por Santo Atanásio de Alexandria, na Vita Antonii perto de 360. Diz-se que, quando tinha cerca de vinte anos, vendeu todos os seus bens, deu o dinheiro aos pobres e retirou-se para viver em uma comunidade local, fazendo-se ascético. Ele passou muitos anos ajudando outros eremitas a dirigir sua vida espiritual no deserto, depois se encerrou no deserto, para viver em solidão absoluta. Conta-se que sua única companhia eram os animais, dentre os quais um javali que ele havia milagrosamente restituído a visão. Por essa razão, em algumas iconografias ele é representado cercado de animais[7].
Outro exemplo da necessidade do ser humano de relacionar-se pode ser lido na biografia de São Jerônimo, sobretudo na Legenda Áurea (livro acerca da vida dos santos compilado pelo dominicano genovês Santiago de la Vorágine no séc. XIII): o tradutor da Bíblia para o latim vulgar, no séc. V, tinha por companhia um leão – constantemente representado ao seu lado na arte cristã.
Para CASSARRO, a razão principal pela qual não podemos viver sozinhos é porque “somos seres, essencialmente, sociais” (2001:1). É no relacionamento com o outro que o ser humano se descobre, cresce, aprende. Na linha dos filósofos do relacionamento, Fábio de MELO afirma: “a presença do outro nos indica o que somos. O encontro nos diferencia num primeiro momento para depois nos congregar. No processo de congregação, somos desafiados a unir o que somos àquilo que os outros não são. O contrário também é verdadeiro. Unimos o que ainda não somos àquilo que os outros já são”[8]. Desse feito, pode-se dizer que o outro nos ajuda a formar quem somos. Os versos célebres do poeta inglês do séc. XVII, Jonh Donner, enriquecem ainda mais a reflexão levantada por CASSARRO acerca da essência social do homem:

Nenhum homem é uma ilha,
Sozinho em si mesmo;
Cada homem é parte do continente,
Parte do todo;
Se um seixo for levado pelo mar,
A Europa fica menor,
Como se fosse um promontório,
Assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua;
A morte de qualquer homem me diminui,
Porque eu sou parte da humanidade;
Meditações XVII

Ao contrário do que afirmava o mito da solidão, o homem não pode viver sozinho, “nenhum homem é uma ilha” daquelas isoladas no Pacífico. Ele está imerso na cultura – esta funciona como cimento social que nos une. Cada um de nós é “parte do todo”, “parte da humanidade”. Essa constitui nossa força. CASSARRO afirma que “desde as eras pré-históricas nos organizamos em equipes” (2001:1). Esse tipo de comportamento visa facilitar a obtenção de alimentos, proteção, enfim, a sobrevivência. Assim, quando os componentes de um conjunto têm indicações claras de suas tarefas e atribuições, temos uma organização.
Embasando melhor o que acabamos de afirmar citemos CHIAVENATO:

Quase todo o processo produtivo é realizado dentro do que chamaremos de organizações, o que, sem dúvida, caracteriza a época em que vivemos. As pessoas passam a maior parte de seu tempo dentro de organizações, das quais dependem para nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar salário, curar suas doenças e obter todos os produtos e serviços de que necessitam. Uma das razões que explicam a enorme variedade e diversidade de organizações no mundo atual é o fato de serem o mais eficiente meio de satisfazer um grande número de necessidades humanas. Em virtude de suas limitações físicas, biológicas e psicológicas, o ser humano busca, por meio da cooperação com seus semelhantes, a conjugação de esforços para atingir objetivos que, sozinho, não teria condições de atingir ou, mesmo que as tivesse seria muito complexo atingi-las individualmente com suas forças e recursos, e talvez levasse muito mais tempo e consumisse muito mais esforços. As organizações surgem dessa necessidade primária de cooperação. Afinal, a união faz a força. Toda organização é composta de duas ou mais pessoas que interagem entre si por meio de relações recíprocas, para atingir objetivos comuns (2008:4).

Para CASSARRO, não se trata apenas de união de esforço, mas também de aperfeiçoamento dos meios: “desde o surgimento da primeira organização, da primeira ‘empresa’, o homem vem desenvolvendo tecnologia, a forma de técnicas, método e equipamentos para poder cumprir mais adequadamente suas atribuições” (2001:2). A título de ilustração o autor cita o papel dos feiticeiros da pré-história: intercediam pela comunidade junto aos deuses e tentava aplacar sua ira sobre o povo, eles desenvolveram uma série vestimentas, máscaras, ritos e instrumentos que os auxiliassem no cumprimento de suas funções (Ibidem). Historiadores como ARRUDA & PILETTI elencam os principais avanços do homem dito pré-histórico:

Uma descoberta-chave nesse período foi o domínio do fogo. Estima-se que o fago passou a ser controlado pela humanidade há 500 mil anos, na África oriental. Com seu controle, os seres humanos tornaram-se mais independentes da natureza, pois passaram a aquecer o ambiente em que viviam, a cozinhar os alimentos, a melhorar a proteção etc.
Os instrumentos utilizados, a princípio, eram de ossos e madeira; depois, de pedra e marfim. Utilizava-se também um machado de pedra afiada. Com as lascas, fabricavam-se facas e outros instrumentos pontiagudos. Por isso, o período também é conhecido como Idade da Pedra Lascada (1999:10)

No período subseqüente da aventura dos primeiros hominídeos, o Neolítico (8000 a.C. a 5000 a.C.), os homens desenvolvem a agricultura e com isso ocorre uma série de mudanças em seu modo de vida:

Os grupos humanos passaram a domesticar alguns animais, surgindo, por exemplo, os pastores de ovelhas. Surgiram os primeiros aglomerados populacionais, com finalidade principalmente defensiva; por isso, esses aglomerados eram cercados de fossos e paliçadas (...) Para armazenar cereais, faziam potes de barro, dando origem à cerâmica. Começaram a fabricar também os primeiros tecidos de lã e linho, em substituição aos trajes confeccionados com peles de animais (ARRUDA & PILETTI, 1999:11).

Com o tempo o ser humano aprendeu a modelar os metais e, com isso, novos avanços tecnológicos foram surgindo até chegarmos na chamada Era Tecnológica ou Era da Informação.
Não pensemos que a divisão das funções é uma coisa restrita àquelas sociedades arcaicas, mas permeou toda história da humanidade. A título de exemplo citemos o caso da sociedade feudal, cuja divisão clássica dos estratos sociais se resumiriam: naqueles que governam (representados pela nobreza), nos que rezam (o clero), nos que combatem (os cavaleiros) e nos que trabalham (os servos e escravos). Também na organização empresarial cada colaborador tem, ao menos, uma atribuição, um papel dentro da entidade jurídica: ao nível estratégico, têm-se a alta direção, ao nível tático, a gerência e, por fim, os funcionários no nível operacional. 


[1] TELES, Maria Luiza S. O que é psicologia – coleção primeiros passos, 222.São Paulo: Editora Brasiliense, 2008 p. 20.
[2] ALVES, Rubem. O que é religião? São Paulo: Ed. Loyola, 1999 (8ª Ed.) p. 17.
[3] Idem, p. 18
[4] LARAIA, Roque B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986 p. 43.
[5] Idem, p. 42.
[6] Extraído do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Robinson_Crusoe
[7] Extraído do site: http://es.wikipedia.org/wiki/Antonio_Abad (em espanhol)
[8] MELO, Fábio. Quem me roubou de mim? – o seqüestro da subjetividade e o desafia de ser pessoa. São Paulo: Editora Canção Nova, 2008, p. 60.

Trabalho de SIG - parte 3


Após pesquisar o mercado e analisar se este demanda os bens e/ou serviços que a empresa tem a oferecer-lhe e sua viabilidade, pode-se planejar com os dados obtidos os caminhos da empresa (CASSARRO, 2001:4). E o que vem a ser planejar? Planejamento é, conforme CHIAVENATO, “a primeira função administrativa” (2008:13). Sérgio Rodrigues BIO nos fornece mais detalhes:

Planejar implica voltar os olhos para o futuro, ou seja, trata-se de definir hoje que resultados devem ser alcançados no futuro e de que forma. A essência desse ato é a tomada de decisões. Que é decisão? É a escolha de uma entre várias alternativas. O ‘planejar’, portanto, refere-se à busca da melhor alternativa para se chegar a determinado resultado futuro. O que significa ‘melhor alternativa’? A mais econômica? A de execução mais rápida? Aquela que é considerada a mais factível? Ou um conjunto desses fatores? Na verdade, as alternativas desenvolvidas num processo de planejamento são examinadas à luz das condições ou premissas que cercam essas mesmas alternativas. Em síntese, planejar corresponde a desenvolver alternativas e escolher uma entre as alternativas identificadas, à luz das premissas que as envolvem, tendo em vista a consecução de determinados objetivos futuros (1996:39).

É através do processo decisório que se pode colocar a empresa em operação, de acordo com a viabilidade técnico-econômica. Operar implica no entendimento de “tudo o que for necessário para que a empresa tenha condições de atuar, de operar” (CASSARRO, 2001:4) – construção do espaço, aquisição de maquinário, contratações, aquisição de recursos etc.
Para o autor duas modalidades básicas de dados devem ser produzidas: a primeira são as “relativas a levantamentos e análises do mercado” (2001:4), ou seja, as mudanças ocorridas no ambiente externo (como o mercado reage aos bens e/ou serviços produzidos pela empresa, quais alterações podem ensejar o desenvolvimento e alteração na empresa, políticas de comercialização, legislação, desenvolvimento tecnológico, exigências legais, concorrência etc.); já na segunda categoria de dado temos aqueles dados “relacionados diretamente às operações da empresa” (2001:5) que constituem o ambiente interno (aquisição de mercadorias, contratação, industrialização, manutenção, comercialização, distribuição, marketing, finanças etc.), envolve os subsistemas ou setores da empresa.
Em outra forma de representação no “macrossistema empresa”, A.C. CASSARRO nos mostra que na empresa entram recursos que são transformados (mediante a aplicação de um determinado processo), gerando bens e/ou serviços que são ofertados ao mercado. Da relação deste processamento, surge uma vivência que é consultada a cada ciclo do processo (2001:5)
Em outras palavras, o autor mostra o “fluxo circular da renda e da produção”, ou seja, os proprietários dos recursos produtivos (as famílias, a comunidade), fornecem a empresa mão-de-obra, capital, tecnologia e recursos naturais, ao passo que as empresas produzem (com os recursos produtivos) os bens e serviços, ofertado aos consumidores. “Da interação mercado e empresa surge a figura do lucro (resultante da adequada combinação dos fatores: qualidade, preço, entrega e custo), lucro este que possibilita que a empresa prossiga investindo, crescendo e atendendo à demanda do mercado, num autêntico moto-contínuo” (CASSARRO, 2001:6).
O autor salienta que todas as empresas são dinâmicas (2001:6), CHIAVENATO as chama de “organismo vivo” (2008:33). CASSARRO nos mostra que existem dois tipos diferentes de dinamismo. A variação positiva “implica crescimento das operações, diversificação de atividades e/ou produtos, maior lucratividade etc. (2001:6). O negativo corresponde “à diminuição do nível de operações, redução de pessoal, de atividades, de produtos etc. (Idem). “Sem dúvida, o que torna uma empresa mais dinâmica, mais capaz, mais aguerrida do que outra é o ser humano que a integra” (Idem).
No que tange a importância do estabelecimento de objetivos, A.C. CASSARRO procura demonstrar sua imprescindibilidade com os seguintes argumentos:

Todos os seres humanos tendem a concordar que a definição clara de objetivos é importante, mas, desafortunadamente, poucos seres humanos definem realmente os seus objetivos. Talvez, por isso, em sua maioria, os seres humanos tão pouco se realizam durante a vida
Existem estudos que procuram demonstrar que, em média, os seres humanos não utilizam mais do que 10% de sua capacidade ao longo de toda a sua vida! Uma das principais causas é, sem dúvida, a não-definição clara de objetivos (2001:6)

Mas o que vem a ser um objetivo e uma meta? O autor inicia dizendo que objetivo e meta são diferentes (2001:6). “Objetivo é o grande propósito da organização e se expande; se quebra em metas; estas, sim, são partes do objetivos, são divisionais” (Idem). Mas, dependendo da escola de administração o conceito de metas e objetivos é exatamente o inverso (2001:7). De qualquer forma, para por fim a polêmica, A.C. CASSARRO, adota a seguinte definição: “objetivos/metas são propósitos claramente redigido e adequadamente quantificados” (Idem). A finalidade de uma definição clara dos objetivos/metas é a perfeita compreensão do que se deseja alcançar, já a preocupação com a quantificação visa o controle e a avaliação de resultados.
Por fim, o autor, constatando em suas enumeras consultorias e estudos, que poucos autores se preocupam em ensinar como estabelecer objetivos, por isso, ele procura mostrar cinco passos que ajudam nesse processo e que podem ser resumidos da seguinte maneira:
      1º Passo: PENSAR – ou seja, definir claramente o que se deseja alcançar ou em que ponto deseja aprimorar sua capacitação.
      2º Passo: ESCREVER de maneira clara a sua intenção.
      3º Passo: QUANTIFICAR. Em quanto tempo se deseja alcançar e outros parâmetros numéricos, tais como quantidade, percentual, valores. Mas, o autor alerta para que sejamos realistas.
      4º Passo: DEFINIR ETAPAS. Trata-se de pensar no caminhos que deverão ser percorrido.
      5º Passo: INDICAR A TROCA. O que você dará em troca para atingir o objetivo? Tudo na vida exige esforço (2001:8)

A título de conclusão podemos afirmar que conhecer o ambiente no qual a empresa está inserida, transformar esses dados em informações para daí definir objetivos e metas, planejar, organizar e dirigir todos os esforços conjuntos de uma organização é essencial para o sucesso desta. O controle e a avaliação de resultados não pode ser mais algo com vista exclusiva ao fim de todo o processo, mas deve está inserido em todas as etapas. Mas, sem dúvida, devemos sempre nos lembrar que o que torna uma empresa dinâmica é o ser humano que a integra, não existe organização no mundo que não seja composta por pessoas e sirva à elas. Por detrás das máquinas, dos fios, cabos, esteiras, números e processos a sempre o suor de um ser humano fazendo a diferença e tornando o sistema empresarial um organismo vivo.