Relações Humanas no Trabalho
EQUIPE
Carlos Alexandre Costa |
César Chaves |
Gleidson Max Honório |
Joana Darc de Moura |
Pierre Dantas de Queiroz |
Raimundo Gomes da Silva |
Regiane da Costa Silva |
Serdelina Glecia Nicolete |
Sérgio Gleiston Nicolete |
Zulene Batista de Oliveira |
Contextualize as relações humanas no trabalho, apresentadas nos filmes: “Tempos Modernos” (1936) e “O Diabo Veste Prada” (2006), através de suas percepções quanto:
· Planejamento
· Aprendizagem
· Medos
· Dificuldades
· Solidariedade
· Frustração pessoal
· Conquistas
· Comprometimento
· Competitividade
· Inveja
· Cenário econômico
· E/ou outros que você tenha identificado.
ANÁLISES COMPARATIVAS
CENÁRIOS ECONÔMICOS
“Tempos Modernos” é um filme escrito, dirigido e interpretado por Charles Chaplin, em 1936: “uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade”, apresa-se em dizer logo no início. Seu personagem principal, Carlitos (conhecido na história do cinema como “O Vagabundo”), interpretado por Chaplin, tenta sobreviver ao mundo industrializado. Seria sua última aparição. O mundo no qual o Vagabundo deixou diferia muito daquele no qual nascera, há vinte anos, às vésperas da 1ª Guerra Mundial, enfrentava agora as dificuldades posteriores à Grande Depressão, quando o desemprego maciço coincidiu com o desenvolvimento da automatização. “Os Estados Unidos representavam, em 1929, 45% da produção industrial mundial”[1]. Para alguns estudiosos, o motivo da Crise teria sido o fato de o mercado não ter conseguido acompanhar o ritmo da produção industrial, gerando acumulação de estoque[2], outros acreditam que o problema se deu devido “a uma política monetária catastroficamente mal planejada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, nos anos que precederam a Grande Depressão”[3].
O fato é que as conseqüências foram terríveis. Entre 1931 e 1933, quase nove mil bancos americanos faliram. A produção industrial caiu 50%, registrou-se 110 mil falências comerciais. O desemprego passou de 1,5 para 13 milhões de pessoas, jamais descendo a menos de 7 milhões até 1940, o que equivalia a 25% da força de trabalho. Os salários caíram 60%. Uma onda de pobreza varreu os Estados Unidos. Houve um brutal aumento das favelas em torno dos centros industriais; a maior parte dos trabalhadores só encontrava trabalhos de meio expediente; e houve a generalização da subalimentação e da agitação social[4].
“Diante de tal realidade o governo presidido por H. Hoover, a quem os trabalhadores apelidaram de "presidente da fome", procurou auxiliar as grandes empresas capitalistas, representadas por industriais e banqueiros, nada fazendo contudo, para reduzir o grau de miséria das camadas populares. A luta de classes se radicalizou, crescendo a consciência política e organização do operariado, onde o Partido Comunista, apesar de pequeno, conseguiu mobilizar importantes setores da classe trabalhadora”[5].
“Chaplin foi muito sensível aos problemas sócio-econômicos dessa nova era. Em 1921, havia se despedido de Hollywood para iniciar uma turnê mundial de 18. Na Europa, alertaram-no ao nacionalismo e aos efeitos da Grande Depressão, do desemprego e da automatização. Leu livros de teoria econômica e elaborou sua própria solução econômica, um exercício inteligente, cheio de idealismo utópico, baseado numa repartição ativa mais equitativa das riquezas e também do trabalho”[6].
“No dia 05 de fevereiro de 1936, no Rivoli Theatre, de Nova Iorque, Tempos Modernos teve sua estréia. A obra custou um milhão e meio de dólares, mesmo com todo este capital envolvido, o filme foi recebido friamente pela crítica norte-americana que entendeu a obra como comunista, foi proibida sua exibição na Itália e na Alemanha, no entanto alcançou grande sucesso na Inglaterra, na França e na União Soviética”[7].
O filme chegou a ser tido como um “tratado de Sociologia”[8], pois critica a questão do trato dos seres humanos como máquinas, a pressão do capital sobre o trabalhador, cada vez maior representada pelo patrão onipresente, que através de um telão controla a todos e sempre pede mais produção; o capital que tenta transformar homens em máquinas, inclusive tentando inventar engenhocas para que o trabalhador não precise parar, nem mesmo para comer; repressão da polícia; a problemática da violência entre outros.
Já o cenário de “O Diabo Veste Prada” é atual: resultado de um Terceira Revolução Industrial, caracterizada pelo emprego, em larga escala, do binômio informática/robótica, que implicou a difusão da automação dos processos produtivos[9].
Aqui não se trata de uma fábrica, mas de uma revista de moda, a Runway, conceituadíssima. “Saiba que você está trabalhando onde lançaram alguns dos maiores artistas do século e o que criaram foi muito mais do que arte porque se vive para isso. Acha que isso aqui é apenas uma revista? Não, não é só uma revista. É um facho brilhante de esperança!”, diz Nigel, um dos produtores, para Andréia Sachs, a protagonista da história.
Esse mercado mobiliza milhões. Representa um passo adiante na história do Capitalismo: “a expansão do setor terciário, com sua enorme capacidade de induzir a novas necessidades econômicas”[10].
O contexto é de acirrada concorrência e competitividade. Andréia possui o emprego de assistente da famosa editora-chefe, Miranda Priestly, cargo pelo o qual “milhões de garotas se matariam”.
O filme é apresenta uma crítica ao comportamento competitivo, à ética, às relações no trabalho e a priorização do trabalho em detrimento da vida pessoal.
[1] BARRO, Cyro de. São Paulo: Contexto, 2001 p. 208.
[2] Idem, p. 204.
[4] BARRO, Cyro de. São Paulo: Contexto, 2001 pp. 209-210.
[5] Extraído do site: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=181(acesso dia 28/07/2009)
[6] De acordo com o documentário, de Philippe Truffault, “Chaplin Today – Tempos Modernos” (Warner Bros, 2009).
[8] Extraído do site: http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/795932-tempos-modernos-um-tratado-sociologia/ (acesso dia 28/07/2009)
[9] BARRO, Cyro de. São Paulo: Contexto, 2001 p. 302.
[10] Idem, p. 304.
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