sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Analisando Diabo veste Prada e Tempos Modernos - parte 1


Relações Humanas no Trabalho

EQUIPE

Carlos Alexandre Costa
César Chaves
Gleidson Max Honório
Joana Darc de Moura
Pierre Dantas de Queiroz
Raimundo Gomes da Silva
Regiane da Costa Silva
Serdelina Glecia Nicolete
Sérgio Gleiston Nicolete
Zulene Batista de Oliveira

Contextualize as relações humanas no trabalho, apresentadas nos filmes: “Tempos Modernos” (1936) e “O Diabo Veste Prada” (2006), através de suas percepções quanto:
·         Planejamento
·         Aprendizagem
·         Medos
·         Dificuldades
·         Solidariedade
·         Frustração pessoal
·         Conquistas
·         Comprometimento
·         Competitividade
·         Inveja
·         Cenário econômico
·         E/ou outros que você tenha identificado.



ANÁLISES COMPARATIVAS
CENÁRIOS ECONÔMICOS
“Tempos Modernos” é um filme escrito, dirigido e interpretado por Charles Chaplin, em 1936: “uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade”, apresa-se em dizer logo no início. Seu personagem principal, Carlitos (conhecido na história do cinema como “O Vagabundo”), interpretado por Chaplin, tenta sobreviver ao mundo industrializado. Seria sua última aparição. O mundo no qual o Vagabundo deixou diferia muito daquele no qual nascera, há vinte anos, às vésperas da 1ª Guerra Mundial, enfrentava agora as dificuldades posteriores à Grande Depressão, quando o desemprego maciço coincidiu com o desenvolvimento da automatização. “Os Estados Unidos representavam, em 1929, 45% da produção industrial mundial”[1]. Para alguns estudiosos, o motivo da Crise teria sido o fato de o mercado não ter conseguido acompanhar o ritmo da produção industrial, gerando acumulação de estoque[2], outros acreditam que o problema se deu devido “a uma política monetária catastroficamente mal planejada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, nos anos que precederam a Grande Depressão”[3].
O fato é que as conseqüências foram terríveis. Entre 1931 e 1933, quase nove mil bancos americanos faliram. A produção industrial caiu 50%, registrou-se 110 mil falências comerciais. O desemprego passou de 1,5 para 13 milhões de pessoas, jamais descendo a menos de 7 milhões até 1940, o que equivalia a 25% da força de trabalho. Os salários caíram 60%. Uma onda de pobreza varreu os Estados Unidos. Houve um brutal aumento das favelas em torno dos centros industriais; a maior parte dos trabalhadores só encontrava trabalhos de meio expediente; e houve a generalização da subalimentação e da agitação social[4].
Diante de tal realidade o governo presidido por H. Hoover, a quem os trabalhadores apelidaram de "presidente da fome", procurou auxiliar as grandes empresas capitalistas, representadas por industriais e banqueiros, nada fazendo contudo, para reduzir o grau de miséria das camadas populares. A luta de classes se radicalizou, crescendo a consciência política e organização do operariado, onde o Partido Comunista, apesar de pequeno, conseguiu mobilizar importantes setores da classe trabalhadora”[5].
“Chaplin foi muito sensível aos problemas sócio-econômicos dessa nova era. Em 1921, havia se despedido de Hollywood para iniciar uma turnê mundial de 18. Na Europa, alertaram-no ao nacionalismo e aos efeitos da Grande Depressão, do desemprego e da automatização. Leu livros de teoria econômica e elaborou sua própria solução econômica, um exercício inteligente, cheio de idealismo utópico, baseado numa repartição ativa mais equitativa das riquezas e também do trabalho”[6].
“No dia 05 de fevereiro de 1936, no Rivoli Theatre, de Nova Iorque, Tempos Modernos teve sua estréia. A obra custou um milhão e meio de dólares, mesmo com todo este capital envolvido, o filme foi recebido friamente pela crítica norte-americana que entendeu a obra como comunista, foi proibida sua exibição na Itália e na Alemanha, no entanto alcançou grande sucesso na Inglaterra, na França e na União Soviética”[7].
O filme chegou a ser tido como um “tratado de Sociologia”[8], pois critica a questão do trato dos seres humanos como máquinas, a pressão do capital sobre o trabalhador, cada vez maior representada pelo patrão onipresente, que através de um telão controla a todos e sempre pede mais produção; o capital que tenta transformar homens em máquinas, inclusive tentando inventar engenhocas para que o trabalhador não precise parar, nem mesmo para comer; repressão da polícia; a problemática da violência entre outros.
Já o cenário de “O Diabo Veste Prada” é atual: resultado de um Terceira Revolução Industrial, caracterizada pelo emprego, em larga escala, do binômio informática/robótica, que implicou a difusão da automação dos processos produtivos[9].
Aqui não se trata de uma fábrica, mas de uma revista de moda, a Runway, conceituadíssima. “Saiba que você está trabalhando onde lançaram alguns dos maiores artistas do século e o que criaram foi muito mais do que arte porque se vive para isso. Acha que isso aqui é apenas uma revista? Não, não é só uma revista. É um facho brilhante de esperança!”, diz Nigel, um dos produtores, para Andréia Sachs, a protagonista da história.
Esse mercado mobiliza milhões. Representa um passo adiante na história do Capitalismo: “a expansão do setor terciário, com sua enorme capacidade de induzir a novas necessidades econômicas”[10].
O contexto é de acirrada concorrência e competitividade. Andréia possui o emprego de assistente da famosa editora-chefe, Miranda Priestly, cargo pelo o qual “milhões de garotas se matariam”.
O filme é apresenta uma crítica ao comportamento competitivo, à ética, às relações no trabalho e a priorização do trabalho em detrimento da vida pessoal.


[1] BARRO, Cyro de. São Paulo: Contexto, 2001 p. 208.
[2] Idem, p. 204.
[3] Extraído do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Depress%C3%A3o (acesso dia 28/07/2009)
[4] BARRO, Cyro de. São Paulo: Contexto, 2001 pp. 209-210.
[5] Extraído do site:  http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=181(acesso dia 28/07/2009)
[6] De acordo com o documentário, de Philippe Truffault, “Chaplin Today – Tempos Modernos” (Warner Bros, 2009).
[7] Extraído do site: http://www.coladaweb.com/hisgeral/tempos_modernos.htm (acesso dia 28/07/2009)
[9] BARRO, Cyro de. São Paulo: Contexto, 2001 p. 302.
[10] Idem, p. 304.

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