Grande dia ontem!
Um dia na sua vida você imaginou um brasileiro poderia vencer o quarto melhor tenista do mundo? Melhor perguntando, um dia você imaginou Thomaz Bellucci, batendo Andy Murray, que nada mais é do que o quarto melhor tenista do mundo atualmente?
Confesso que eu já pensei nisso inúmeras vezes...
Mas nem em meus maiores devaneios poderia imaginar que seria tão lindamente como foi ontem. Nem nos meus sonhos mais delirantes poderia imaginar que esse dia chegaria assim tão rapidamente, e que seria assim, tão perfeito como foi.
Sabe quando você já assiste tênis a um bom tempo – tempo demais para saber que tops 10, são tops 10 por alguns bons motivos e que meros mortais não conseguem vencê-los tão facilmente? Eu acreditava nisso!
Acreditava que pessoas com Rafael Nadal, Roger Federer, Novak Djokovic e Andy Murray, fosse pessoas tão boas no que fazem que jamais seriam vencidas, pois profissionais bons como eles, são verdadeiros deuses.
Foi então que levantei ontem um tanto mais tarde do que de costume. Tinha virado a noite inteira estudando e o cansaço estava dentro de mim. Levantei, sabendo que aquele dia seria diferente. Mas não sabia qual a razão, afinal nada demais aconteceria comigo, apenas um simples dia de trabalho e de faculdade.
Foi quando vi no relógio duas horas da tarde. Apressada, me sento na sala daqui de casa, numa mesa de vidro negro, ligou meu nothebook, que reclama de falta de carga como sempre, e começa a magia.
Isso mesmo, magia. Não existe outra explicação para o que assistir ontem.
Andy Murray o numero quatro do mundo jogando com o brasileiro Thomaz Bellucci. Um jovem tenista brasileiro, que de revelação não mais poderia ser chamando. Um tenista que inúmeras vezes foi criticado por sua inconstância – nome que muitos jornalistas davam aos seus jogos – e que outras inúmeras vezes me encheu de orgulho. Iriam entrar em quadra para me fazer repensar nos meus conceitos.
Veio o primeiro game, Thomaz tranqüilo o vence. Vem o segundo, Andy com uma certa dificuldade vence. No terceiro um susto, Andy joga com um pouco mais de pressão, complica as coisas, mas o dia era do Bellucci e sua estrela brilhou.
A magia começou ali!
Vi um jogo disputado. Bellucci sem pressa, com clareza de raciocínio, sem ansiedade, esperando o melhor momento para atacar e quando atacava se mostrava eficiente.
Lembrei de quando conheci o jogo do Bellucci há dois anos e um pouquinho. Cansada, pois havia trabalhado o dia inteiro. Minhas pernas mal conseguiam subir as escadas daqui de casa de tão tremulas que estava. Confesso que nem tentei também, apenas me atirei na cama, que fica aqui embaixo mesmo, com um controle na mão, rezando para está passando algo interessante na TV e...
Lá estava aquele menino... Revelação do tênis nacional. Alguns o comparavam com o eterno Manezinho da Ilha – o Guga. Outros tanto diziam que ainda faltava muito para que ele se tornasse um top tão importante para nos brasileiros.
Entre uma game e outro vi um belo jogador, com garra, determinação e uma habilidade que poucos têm... O dom de encantar as pessoas com o seu talento.
Quando estudava no supletivo de primeiro grau, tive um professor que me dizia: “talento todo mundo tem, mas encantar as pessoas com esse talento, pouco conseguem!”. E foi isso que me levou a acompanhar a trajetória do tênis brasileiro e daquele tenista novinho, mas com garra de experiente.
Quando vi, Thomaz quebrar o Andy Murray no primeiro set e faturar aquele set. Percebi as mesmas características que vi naquela noite de fevereiro de dois anos atrás. Vi a mesma magia.
Foi genialmente lindo. Ver que Thomaz crescia no jogo. Crescia na confiança. E quando novamente quebrou Murray no segundo set, em meio um sorriso e uma lágrima, gritei: “Vai garoto, hoje é teu dia!”.
Thomaz Bellucci - assim que bateu Andy Murray. |
E como foi o dia dele.
Em uma hora e meia, mais ou menos, ele fez o impossível para os meus conceitos. Um top ser derrubado daquele jeito era impossível, pelo menos até a hora que eu acordei. Mas quem disse que o impossível um dia não pode perder o IM e se torna perfeitamente possível.
Ontem, mais uma vez me orgulhei de ser brasileira. Mais uma vez me orgulhei de ter como ídolo um brasileiro como o Bellucci. Confesso que chorei, ao ver que aquele menino que inúmeras vezes tinha sido criticado, ofendido e até desrespeitado por uns “torcedores”, hoje mostrava com um simplicidade incrível, que às vezes não é preciso responder com palavras as criticas e sim com o talento.
Agora me pergunto. Se um top pode ser batido, porque não um Brasileiro não poderá encantar novamente o mundo do tênis com o seu talento, como o Guga fez? Porque não podemos ter novamente um excelente tenista disputando os melhores torneios do mundo, levando o nome BRASIL para o sucesso? Porque não podemos nos deixar encantar por um novo talento esportivo?
Foi um belo jogo, não é mesmo? Isso eu sei.
E tenho certeza absoluta que deu para dá confiança, para criar a esperança e para mostrar que o Bellucci não é o Guga, mas que pode sim, ensinar os brasileiros a Era Thomaz Bellucci em nossos corações.
Parabéns Bellucci!!!
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