Após pesquisar o mercado e analisar se este demanda os bens e/ou serviços que a empresa tem a oferecer-lhe e sua viabilidade, pode-se planejar com os dados obtidos os caminhos da empresa (CASSARRO, 2001:4). E o que vem a ser planejar? Planejamento é, conforme CHIAVENATO, “a primeira função administrativa” (2008:13). Sérgio Rodrigues BIO nos fornece mais detalhes:
Planejar implica voltar os olhos para o futuro, ou seja, trata-se de definir hoje que resultados devem ser alcançados no futuro e de que forma. A essência desse ato é a tomada de decisões. Que é decisão? É a escolha de uma entre várias alternativas. O ‘planejar’, portanto, refere-se à busca da melhor alternativa para se chegar a determinado resultado futuro. O que significa ‘melhor alternativa’? A mais econômica? A de execução mais rápida? Aquela que é considerada a mais factível? Ou um conjunto desses fatores? Na verdade, as alternativas desenvolvidas num processo de planejamento são examinadas à luz das condições ou premissas que cercam essas mesmas alternativas. Em síntese, planejar corresponde a desenvolver alternativas e escolher uma entre as alternativas identificadas, à luz das premissas que as envolvem, tendo em vista a consecução de determinados objetivos futuros (1996:39).
É através do processo decisório que se pode colocar a empresa em operação, de acordo com a viabilidade técnico-econômica. Operar implica no entendimento de “tudo o que for necessário para que a empresa tenha condições de atuar, de operar” (CASSARRO, 2001:4) – construção do espaço, aquisição de maquinário, contratações, aquisição de recursos etc.
Para o autor duas modalidades básicas de dados devem ser produzidas: a primeira são as “relativas a levantamentos e análises do mercado” (2001:4), ou seja, as mudanças ocorridas no ambiente externo (como o mercado reage aos bens e/ou serviços produzidos pela empresa, quais alterações podem ensejar o desenvolvimento e alteração na empresa, políticas de comercialização, legislação, desenvolvimento tecnológico, exigências legais, concorrência etc.); já na segunda categoria de dado temos aqueles dados “relacionados diretamente às operações da empresa” (2001:5) que constituem o ambiente interno (aquisição de mercadorias, contratação, industrialização, manutenção, comercialização, distribuição, marketing, finanças etc.), envolve os subsistemas ou setores da empresa.
Em outra forma de representação no “macrossistema empresa”, A.C. CASSARRO nos mostra que na empresa entram recursos que são transformados (mediante a aplicação de um determinado processo), gerando bens e/ou serviços que são ofertados ao mercado. Da relação deste processamento, surge uma vivência que é consultada a cada ciclo do processo (2001:5)
Em outras palavras, o autor mostra o “fluxo circular da renda e da produção”, ou seja, os proprietários dos recursos produtivos (as famílias, a comunidade), fornecem a empresa mão-de-obra, capital, tecnologia e recursos naturais, ao passo que as empresas produzem (com os recursos produtivos) os bens e serviços, ofertado aos consumidores. “Da interação mercado e empresa surge a figura do lucro (resultante da adequada combinação dos fatores: qualidade, preço, entrega e custo), lucro este que possibilita que a empresa prossiga investindo, crescendo e atendendo à demanda do mercado, num autêntico moto-contínuo” (CASSARRO, 2001:6).
O autor salienta que todas as empresas são dinâmicas (2001:6), CHIAVENATO as chama de “organismo vivo” (2008:33). CASSARRO nos mostra que existem dois tipos diferentes de dinamismo. A variação positiva “implica crescimento das operações, diversificação de atividades e/ou produtos, maior lucratividade etc. (2001:6). O negativo corresponde “à diminuição do nível de operações, redução de pessoal, de atividades, de produtos etc. (Idem). “Sem dúvida, o que torna uma empresa mais dinâmica, mais capaz, mais aguerrida do que outra é o ser humano que a integra” (Idem).
No que tange a importância do estabelecimento de objetivos, A.C. CASSARRO procura demonstrar sua imprescindibilidade com os seguintes argumentos:
Todos os seres humanos tendem a concordar que a definição clara de objetivos é importante, mas, desafortunadamente, poucos seres humanos definem realmente os seus objetivos. Talvez, por isso, em sua maioria, os seres humanos tão pouco se realizam durante a vida
Existem estudos que procuram demonstrar que, em média, os seres humanos não utilizam mais do que 10% de sua capacidade ao longo de toda a sua vida! Uma das principais causas é, sem dúvida, a não-definição clara de objetivos (2001:6)
Mas o que vem a ser um objetivo e uma meta? O autor inicia dizendo que objetivo e meta são diferentes (2001:6). “Objetivo é o grande propósito da organização e se expande; se quebra em metas; estas, sim, são partes do objetivos, são divisionais” (Idem). Mas, dependendo da escola de administração o conceito de metas e objetivos é exatamente o inverso (2001:7). De qualquer forma, para por fim a polêmica, A.C. CASSARRO, adota a seguinte definição: “objetivos/metas são propósitos claramente redigido e adequadamente quantificados” (Idem). A finalidade de uma definição clara dos objetivos/metas é a perfeita compreensão do que se deseja alcançar, já a preocupação com a quantificação visa o controle e a avaliação de resultados.
Por fim, o autor, constatando em suas enumeras consultorias e estudos, que poucos autores se preocupam em ensinar como estabelecer objetivos, por isso, ele procura mostrar cinco passos que ajudam nesse processo e que podem ser resumidos da seguinte maneira:
• 1º Passo: PENSAR – ou seja, definir claramente o que se deseja alcançar ou em que ponto deseja aprimorar sua capacitação.
• 2º Passo: ESCREVER de maneira clara a sua intenção.
• 3º Passo: QUANTIFICAR. Em quanto tempo se deseja alcançar e outros parâmetros numéricos, tais como quantidade, percentual, valores. Mas, o autor alerta para que sejamos realistas.
• 4º Passo: DEFINIR ETAPAS. Trata-se de pensar no caminhos que deverão ser percorrido.
• 5º Passo: INDICAR A TROCA. O que você dará em troca para atingir o objetivo? Tudo na vida exige esforço (2001:8)
A título de conclusão podemos afirmar que conhecer o ambiente no qual a empresa está inserida, transformar esses dados em informações para daí definir objetivos e metas, planejar, organizar e dirigir todos os esforços conjuntos de uma organização é essencial para o sucesso desta. O controle e a avaliação de resultados não pode ser mais algo com vista exclusiva ao fim de todo o processo, mas deve está inserido em todas as etapas. Mas, sem dúvida, devemos sempre nos lembrar que o que torna uma empresa dinâmica é o ser humano que a integra, não existe organização no mundo que não seja composta por pessoas e sirva à elas. Por detrás das máquinas, dos fios, cabos, esteiras, números e processos a sempre o suor de um ser humano fazendo a diferença e tornando o sistema empresarial um organismo vivo.
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