segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A nova fase da Branquela - parte 3




Olá pessoal,
Peço desculpa por não vim mais falar da Branquela para vocês. Acho que estou tentando o máximo possível entender o que está acontecendo com ela. A nova fase dela me preocupa um monte principalmente por que tenho que aprender a lidar com ela, com as mudanças na rotina da minha menina e com todas as novas descobertas que estou tendo em relação a essa nova fase; ela ainda exigir de mim paciência com a Branquela, comigo mesma e com as outras pessoas que não entendem o que está acontecendo com ela.
Descobri que rezar, chorar e abraçar a Branquela são as coisas que mais faço agora. Quase todas as noite vou dormir de olhos vermelhos por ver minha menina tão desanimada, tão desprotegida.
Tudo aconteceu tão rápido. Ela estava bem numa quinta, na sexta ela aparece mancando, no sábado não quis comer e na terça-feira descubro que ela está velhinha, anêmica e com a doença do carrapato.
Não consigo me perdoar por isso. Um único carrapato ter feito isso com a minha menina. Eu que nunca descuidei dela e num único passeio, um único filho de uma mãe conseguiu causar tudo isso.
As dores na patinha passaram mais. Porém agora ela senti dificuldade para levantar quando passa um bom tempo deitada – o que tá acontecendo direto. Outra dificuldade que ela está tendo é descer ou subir batentes ou escada (a escada ela está subindo e descendo nos braços, já os batentes que dão acesso ao quintal, esse as vezes ela desci sozinha, as vezes ela fica com medo e eu a ajudo, ou outra pessoa que esteja perto)
Por falar em outras pessoas, acho que esse é o maior de todos os problemas que tenho enfrentado ultimamente, pois é tão difícil conseguir explicar as pessoas que a Branquela não mais consegue fazer tudo o que antes ela fazia. Alguns me olham como se eu tivesse perdendo tempo, outro com olhar de que a Branca está quebrada e que o melhor seria trocar por outro. E ainda tem aqueles que entender um pouco minha dor, mas não tem a mínima ideia como dói mais na Branquela do que em mim.
Lógico que sinto dor, mas eu posso falar, escrever e expressar o que estou sentindo. A Branca não. Ela não chora nenhum minuto si quer. Não late, não choraminga ou coisa parecida. Se eu colocá-la em um canto deitada, lá ela fica até eu volta sem se mexer um dedinho si quer.
Logo ela que sempre foi tão independente, corria para onde queria, andava a casa toda, mandava e desmandava nos cômodos daqui de casa. Subia no sofá, implicava comigo na cama, fazia a festa de manhã cedo ao acordar ou quando eu chegava da rua. Agora nem isso mais faz.
Muita gente diz que, o que se espera de um cachorro é animação, proteção e vitalidade. E que quando um animal não está dando isso ao dono, algo de errado tem. Minha pequena por anos foi minha companheira de estudo, de bagunça; por anos escutou todas as minhas filosofias de vida, os meus grilos em relação a tudo; ouviu eu falar dos garotos que me interessei, dos amigos que conquistei, dos medos que tive e até dos que venci, sempre balançando aquele rabinho tão animada e me dando o carinho que eu precisava, mas ultimamente minha pequena anda tão muchinha que dá até pena ver.
Branquela sempre foi muito animada, corria a casa toda quando me via chegar em casa, hoje no máximo abana de leve o rabinho. Ela é a alegria daqui de casa. Todas as vezes que fecho meus olhos lembro da minha menina correndo as escadas pra cima e pra baixo atrás de mim, muitas vezes ainda com o lençolzinho dela cobrindo seu pelo; outras tantas correndo para não tomar um remédio, ou para não ir tomar banho.
Ela é a melhor coisa que aconteceu na minha vida e vê-la do jeito que está hoje me parte o coração.
As pessoas que a conhecem, notam que há algo estranho, mas quando explico que ela já tem uma certa idade, que está com anemia e sendo tratada com a doença do carrapato, a primeira coisa que perguntam é se não seria melhor já imaginar um novo cachorro em casa; as vezes meio sem querer deixam subentendido se não seria melhor deixá-la e buscar um novo animal para casa.
Como se fosse tão simples assim?
Acredito que até seria melhor sim adotar um novo filhote. Talvez ela começasse a ter mais animo com um cachorrinho perturbando-a o tempo todo. Mas tenho medo de que ela se sinta abandonada por mim com a chegada de um intruso em casa. Já houve mudanças demais na vida dela.
Cheguei a falar com a veterinária sobre a possível doação de um cachorrinho da mesma raça da Branquela. Não como substituição dela e sim como forma dela se animar, já que na maioria dos artigos que andei lendo sobre cães idosos indicam que se tenham um outro animalzinho em casa. Mas começo a acha que seja mais para proteção do dono do que pelo animal em sim.
Estava determinada a fazer isso, mas quando cheguei em casa, olhei a Branquela num cantinho deitada, abanando o rabinho ao me ver, desistir completamente da ideia. Ela quando chegou para minha vida, chegou no momento mais delicado da minha historia. Ela foi minha tabua de salvação, se é que posso dizer isso assim tão abertamente. A amo tão profundamente e ao vê-la nesse estado, a única coisa que consigo pensar é que estarei junto dela o tempo todo, cuidando, protegendo-a e invertendo os papéis mais uma vez.
Acho que ninguém nunca ira entender essa situação, mesmo por que nem eu mesma sei explicar. É difícil! A única coisa que sei nesse momento é que agradeço todos os dias por Deus me permitir mais um dia com a minha menina. Mesmo eu sabendo que deve está sendo mais dolorido para ela viver desse jeito tão “não ela”.
A Branquela está mais magra, comendo pouco – chego a achar que ela já não sente o cheiro do alimento. Bebendo pouca água, dormindo o tempo todo. Quando está acordada anda atordoada, como se não reconhecesse onde está.
Ando atrás da minha menina o tempo todo e qualquer sinal de melhora para mim já é o bastante para não esmorecer. Acredito que nessa nova fase da Branquela estou aprendendo que o amor que sinto por ela é tão forte e poderoso que está me dando dias extras com ela.
Em breve venho com mais noticias sobre ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário