sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Maior Espetáculo

Há um fato: hoje é um dia qualquer.
Aqui está outro fato: ele nunca vai voltar – nunca, jamais.
Não é possível.
 
O que isso significa para você?
Você acordou; é outro dia.
Olhamos nossos calendários – os anos, os meses, as semanas – como se não significassem nada.
Eu falo sobre “o momento chamado agora”.
Bem, quando você acaba de dizer “o momento chamado agora”, não é mais “agora”.
Já passou.
O tempo é uma força tão poderosa que simplesmente se move, move e move.
E toca você.
Mas a questão é: o que você faz nesse tempo?
Você se comporta como um ser humano?
Ou tenta ser alguma outra coisa?
Um robô.
Em ação.
Todos somos atores, que representa alguém que não somos.
Talvez você pense: “Não sou  ator. Sou uma pessoa responsável.
Tenho minhas obrigações,
 meus compromissos,
minha agenda”.
Mas nós fingimos: “Eu sou fulano de tal”.
Na escala deste universo,
você não é nada,
absolutamente nada.

No entanto,
no seu universo,
você é o líder supremo.

Você quer moldar,
compreender
e controlar seu destino.
 
Qual é o seu destino?
Se você quiser conhecer seu destino, pode.
Mas o seu destino é o destino de um ser humano,
e primeiro você precisa se tornar um ser humano,
não um ator.
Não um suposto rei num reino imaginário num longínquo tempo imaginário,
muito distante do reino da realidade.
 
O que eu faço?
Não estou aqui para fazer pregações.


Tenho alguns ingressos para o maior espetáculo da Terra.
Procuro pessoas que querem esses tíquetes,
e elas procuram por mim.


Você está no local do evento,
mas precisa de um ingresso.
Eu tenho um.


Não está à venda;
estou oferecendo – cortesia de um ser humano para outro.
 
Quem está se apresentando?
O mais magnífico está se apresentando nesse teatro por um tempo limitado.


Por quanto tempo?
Enquanto você estiver vivo.


Quando você pode assistir ao espetáculo?
Sempre que quiser.


Você vai gostar?
É a apresentação das apresentações,
a impossível peça sendo encenada.


O infinito,
o Divino,
decidiu aparecer e se juntar a você nesta jornada.
 
Recentemente alguém me perguntou: “Por que a vida é difícil?”
Respondi: “Suponha que você tivesse um carro novo que acabou de sair da fábrica e que anda bem.


Então você tira os pneus e os coloca no teto,
pega o motor e põe no porta-malas,
o tanque de gasolina no lugar do motor,
e pergunta ao vendedor:
“Por que esse carro não funciona?”


O que você tem feito com sua vida?

Por favor, volte para a Terra.
Ela não é um lugar hostil.
Ser um ser humano não é tão mau assim.

Na verdade é muito bom, muito profundo.
Você pode aceitar.
Não precisa viver num mundo de faz de conta.
 
Às vezes cito esse exemplo.
Imagine uma vaca – preta com manchas brancas, simpática, pequena.
Ela tem problemas?
Sim.
Ela está ali, mas só existe no mundo de brincadeira.
Essa vaca pode dar leite?
Sim, mas você precisa acreditar nisso;
não pode bebê-lo.

No faz de conta ela até muge,
pisca,
tem cílios enormes.
É uma vaca linda,
que dá muito leite,
mas nada que você possa misturar no seu chá.

Esse leite faz um monte de manteiga para torradas,
enquanto sua crença estiver aí.

Mas uma vaca imaginária não tem nenhuma utilidade para mim ou para você.
Ela não pode dar leite de beber.
 
Se esse é o único lugar onde você vai viver até o fim, qual o propósito de tudo?

Você é tão afortunado por estar vivo.
Essa é maior de todas as bênçãos.

Quem vive no faz de conta não percebe isso.
Ficam imaginando torradas, para pegarem a manteiga de mentirinha da vaca de brincadeira que deu o suposto leite.

Eles sonham com o céu quando já estão no céu: “Tenho que trabalhar muito duro. Devo fazer isso, preciso sacrificar isso, então quando eu morrer vou para o céu”.

Sabe qual é o grande problema com esse céu?

É necessário morrer.
 
A beleza desse outro céu é: não precisa morrer.

Tudo o que você precisa fazer é abrir seus olhos.
Parar de sonhar,
começar a olhar,
e você vai ver que céu é esse.

Você não tem que acreditar.
A verdade e a alegria estão dentro de você.
A bondade inerente está sempre presente.
Todos os dias.

Explore o seu presente.
Trata-se de descobrir,
de sentir.

Você deveria realmente levar em consideração aquele ingresso.
Ele vai dar acesso ao fantástico espetáculo dos espetáculos.
Dentro de você.

(Prem Rawat)

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