Estamos de volta... e como eu esperei para soltar esse
grito e dizer: Isso é Copa Davis meu amigo... isso é Brasil de volta a Elite do
Tênis Mundial.
Admito! Não existe frase para descrever o que hoje
aconteceu com o tênis brasileiro, para descrever essa sensação que estou
sentindo. É uma mistura de orgulho, com esperança, com confiança, com sei lá
mais o que.
Não posso dizer que foi perfeito, pois perfeito é pouco
para descrever o que aconteceu nesses dois dias de Copa Davis. Foi tão simples,
tão perfeito que nem parecia que estávamos enfrentando a tão temida Rússia.
Também não quero dizer que “já sabia”, pois das outras
vezes afirmei categoricamente que a vitória seria nossa e acabei me
decepcionando. Decepção com gosta de esperança (vai entender esses sentimentos
que torcedor possui, acho que nem Freud conseguiria explicar, ou melhor,
entender).
Mas dessa vez tudo foi diferente, foi totalmente diferente.
Confronto Brasil x Rússia.
Brasil com seu melhor time. Rússia com alguns desfalques,
ruim para eles, melhor pra gente. E ainda tinha mais. Primeiro de tudo era no
Brasil. Isso mesmo em Abril foi aqui no Brasil (contra a Colômbia) e agora de
novo no Brasil. E se você é daqueles que adora uma coincidência, foi justamente
no mesmo canto do ultimo confronto (contra a Colômbia), que é em São José do
Rio Preto – desculpa mas, acho que ali virou a Cidade do tênis brasileiro na
Copa Davis e, se tá dando sorte, que assim continue sendo.
Segundo, o clima de Copa Davis é simplesmente fantástico,
arrepia até quem não é tão fã assim de tênis. Estava eu assistindo o jogo de
duplas (hoje) numa lan house lá no Shompping Aldeota (enquanto não dava a hora
do meu cineminha básico de sábado) e quando vi tinha uns quatro rapazes atrás de
mim assistindo o jogo junto comigo. Um deles, inclusive, pediu que caso eu
fosse sair do computador antes do jogo acabar, que avisasse que ele assumia a
minha conta para não perder nenhum detalhe do jogo. Acabou que no final, tava
eu e os quatro visivelmente emocionados com a volta do Brasil a elite do tênis
mundial.
Terceiro, esse era
o ano certo para essa volta. Nosso time está mais maduro, mais ciente do que
está fazendo dentro de quadro; a pressão é toda em cima dos visitantes e tinha
uma torcida incrível empurrando o time para frente. Sem falar que tínhamos ali
um duplista campeão do Us Open de duplas mistas (Bruno Soares), um bicampeão de
Gstaad 2009/2012 (Thomaz Bellucci), um medalha de prata em simples no Pan de
Guadalajara 2011 (Rogério Dutra) e um semifinalista do Master 1000 de
Cincinnati e vice campeão do ATP 500 de
Memphis (Marcelo Melo).
Três jogos... foi preciso apenas três jogos, ou melhor,
dois jogos e meio para voltarmos a elite do tênis mundial. Eu explico melhor
essa história de dois e meio.
Ontem Rogerinho Dutra Silva contou com o abandono do Igor
Andreev abandonar por conta de uma lesão no ombro, e acabou marcando o primeiro
ponto brasileiro no confronto com a Rússia. Meio jogo porque o Rogerinho
ganhava de 6/2 e 6/1 quando Andreev abandonou.
Depois veio o Thomaz Bellucci, que suou a camisa e
recebeu todo apoio da torcida para vencer o Teymuraz Gabashvili e marca o
segundo pontinho para nossa alegria. Esse jogo foi sensacional. Thomaz ganhou o
primeiro set, perdeu o segundo, aplicou um pneu no terceiro e suou a camisa no
quarto set fechando o jogo no tié break, com parciais de 6/3, 4/6, 6/0 e 7/6
(7/4)
Ai hoje Marcelo Melo e Bruninho Soares marcaram o ultimo
ponto para fazer essa bela volta brasileira a elite do tênis mundial acontecer.
Mas antes disso, sofremos um pouquinho. Só um pouquinho. Principalmente no
primeiro set quando os russo conseguiram igualar o confortável placa de 5/2.
Mas deu para resolver o problemas e fechar o primeiro set com 7/5 a nosso
favor.
Mas ainda teve mais sofrimento. Primeiro foi o Marcelo
Melo que nos assustou quando chamou atendimento para o ombro direito, depois
foi a vez do Bruno Soares sentir dores na região lombar e na perna esquerda e
pedir atendimento.
Mas nem a dor foi motivo para desbancar a alegria dessa sábado.
Vencemos em três sets com parciais de 7/5, 6/2 e 7/6 (9/7) com direito a voleio
russo para fora no ultimo ponto.
Desculpe-me os críticos e os especialistas em tênis, mas
tenho que abri o meu humilde coração de torcedora que sou. Essa equipe merecia
conquista essa vitória hoje. Foram longos anos tentando e tentando e nada de
conseguir voltar a elite do tênis e nada. Eu mesma me lembro de pelo menos três
anos tentando e nada (pelo menos desde que estou acompanhando tênis mais de
pertinho).
Mas esse ano a coisa tinha que ser diferente.
Thomaz Bellucci está mais maduro tecnicamente, jogando
bem e mais solto dentro de quadra. Conquistou depois de dois anos mais um
titulo – Gstaad 2012 – fez ótimos confrontos contra tops e elevou seu tênis
cada vez mais, tanto fisicamente como mentalmente. No ultimo confronto da
Davis, em Abril, foi um guerreiro e mostrou que pode jogar a batata quente na
mão dele que ele resolve.
Além disso, além do titulo de Gstaad, Thomaz Bellucci fez
esse ano a semifinal do ATP 250 de Stuttgart. Venceu o Challenger de
Braunschweig. Furou o quali do ATP 250 de Nice e só parou nas quartas de finais
diante de Gilles Simon, então número 12 do mundo. Foi as oitavas de finais do
Master 1000 de Monte Carlos e Indian Wells. Fez aquela bela semifinal do Brasil
Open, que infelizmente não se concretizou numa vitória.
É obvio que teve jogos ruins no meio do caminho dessa
temporada. Aponte-me qual jogado não teve nessa temporada, bons e maus jogos.
Além do que, acredito que Bellucci ainda não mostrou inteiramente o seu
potencial. Ali tem muitas coisas para mostrar e para crescer. É só ter paciência,
que coisas boas vão vim.
Bruno Soares vem de uma belíssima conquista no Us Open
com a conquista do torneio nas duplas mistas. Veio das quartas de finais do Us
Open de dupla. Repetindo o mesmo resultado nas Olimpiadas de Londres. Vice do
ATP 250 de Bastad. Campeão do Brasil Open 2012.
Marcelo Melo chegou as oitavas de finais do Us Open. Foi a
semifinal do Master 1000 de Cincinnati, do ATP 250 Gstaad e de Casablanca.
Wimbledon e Roland Garros foi até as quartas de finais do torneio. Vice do ATP
500 de Memphis.
Já o Rogerio Dutra vem surpreendendo faz tempo. Ele foi o
único brasileiro de simples a passar para a segunda rodada do Us Open 2012. Conquistou
o Challenger de Panamá esse ano. Ele foi prata no Pan de Guadalajara na simples
e bronze nas duplas mistas junto com Ana Clara Duarte. Vice campeão do ATP 500
de Hamburgo em duplas. E assim por diante.
Ou seja, o João Zwetsch escolheu mais do que a dedo quem
iria representar o tênis brasileiro nesse confronto. Essa equipe, ou melhor,
essa é a tropa de elite do tênis brasileiro atualmente. E cá entre nós, uma
putz tropa, não é não?
Mas a verdade tem que ser dita. A equipe era maravilhosa,
mas a torcida também foi espetacular. É incrível ver como o clima de Copa Davis
faz isso com a gente. Dá vontade de assistir com toda empolgação mesmo. E isso
faz com que esse time jogue mais leve, mais solto, com garra e com
determinação. É incrível sentir o clima de Copa Davis, faz o corpo estremecer.
Tenho que parabenizar a todos que participaram dessa bela
campanha que foi esse confronto contra Rússia, mas também o confronto contra a
Colômbia no começo do ano.
Parabéns pelas belas escolhas que o João Zwetsch, que
trouxe o que melhor temos no momento para disputar esse confronto. Belos
guerreiros você escolheu João.
Parabéns ao Rogério Dutra, ao Thomaz Bellucci, ao Marcelo
Melo e ao Bruno Soares pelos belos jogos feitos nesse fim de semana de
confronto e também pelas belas emoções que tem dado aos amantes do bom tênis.
Parabéns a todos os atletas, comissão técnica e todos que
participaram dessa bela conquista.
Ah.... Isso meus amigos é Copa Davis... Isso é Brasil na
Davis.
Pode vim agora quem vier, essa fase já passamos. Copa Davis
agora só em 2013 e na elite...
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