quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um dia - fazendo tudo o que eu gosto

Hoje acordei com uma vontade tão louca de fazer as coisas que mais gosto. E assim fiz.
Levantei mais ou menos cedo. Coloquei de cara os pés no chão gelado. Parece que ouvi minha mãe dizendo em tom de reprovação para não acordar e já ir andando descalça pela casa. Se faz mal eu não sei, mas é uma das melhores sensações que alguém pode sentir. É um ato de liberdade, de renovação.
Alguns mestres esotéricos, costumam dizer que pôr os pés no chão, na terra, nos vitaliza. Gosto de acreditar nisso. Gosto de acreditar que aquela sensação de chão frio, é uma sensação de revitalização da minha liberdade.
Nem liguei se lá fora chovia ou fazia maior sol. Apenas coloquei os pés no chão gelado, espreguicei-me e num ato de pura criancice sentei no chão para brincar com a minha cachorrinha.
Ah! Ai está outra coisa que me deixa completamente revitalizada. A minha Branquela! Ela me faz sentir como criança quando ganha um brinquedo novo. Meu brinquedo já tá meio velhinho, tem até glaucoma e labirintite canina. Mas eu a amo assim mesmo e não o troco por nada mais moderno.
Em meio de abraços e lambidas, risos e latidos. Assim acordei mais um dia...
Parei diante do meu som e coloquei aquele velho cd que a muito tempo não ouvi. Foi difícil encontrá-lo no montão de CDs que tenho. Mas lá no fundo, na ultima fileira de CDs, ele estava. Coloquei-o no som, esperei por alguns segundos, aumentei o som e na batida eletrizante da guitarra me coloquei em frente ao espelho a dança.
Branquela me olhava como se não estivesse entendendo nada. Eu não resisto essa carinha maravilhosa dela. Pulamos juntas, brincamos e demos muitas risadas e latidas.
Hora de tomar banho, escovar os dentes, penteia os cabelos e começar a me arrumar. Vesti a calça. Pega aquela camisa ali. Prende o cabelo? Não é melhor deixá-lo solto. Chama a Branquela para mais uma vez brincarmos. Agora ela simplesmente decidir sair correndo com a minha meia e a esconde debaixo dela. Tudo para que mais uma vez possamos brincar.
Parece mais um ritual de preparação para a jornada da vida. Mas espera ai... Espera mais um pouquinho, só mais um pouquinho. Vai toca a minha música agora. Aquela que me faz ver o quando a vida é poderosa. Não posso sair do quarto sem ela. Não posso nem vou...
Aumenta o som e canta comigo... “Bem ou mal, vou subir degrau por degrau, mas um dia eu chego até onde o desejo...” Adoro essa música... canta em alto e bom som ai também, que eu danço aqui.


Agora sim posso descer e começar realmente o dia. “Vamos lá Branquela, o dia nos espera!” E como espera. Que tal um leite com mel para mim e uma tigela de leite para Branquela? Não café não, eu odeio café. Prefiro meu leite com mel. Ah não faz essa cara não, a Branquela bebe mais leite do que eu e o pior é que tenho certeza que ela é uma cachorra e não um gatinho, por mais que as vezes ela haja como um.
Depois do café, ou melhor, do leite. Agora sim o dia pode começar. O que vier eu encaro. Morte? Tristeza? Abandono? – não prefiro não saber mais sobre isso no noticiário, pelo menos não agora. Que tal olhar sobre o mercado financeiro, os esportes e como tá o meu dia? Boa!
É isso mesmo que vou fazer. Dou uma olhada rápida no índice do ouro (não entendo nada desse negocio de bolsa de valores, mas preciso saber se o ouro subiu ou desceu), depois vejo noticias do futebol, da natação e do lógico que do tênis. Passo rapidinho pelo o meu blog e o que vejo me deixa feliz.
Agora uma rápida passada no e-mail, enviando os e-mails que tem que serem enviados. Adoro essa parte do dia! Depois como quem não quer absolutamente nada – há não ser jogar o cityville – entro no facebook. Caramba como é bom ver os amigos. Rir de algumas piadas e ganhar algumas licenças de zoneamento e ver que a minha cidadezinha tá crescendo. Não é todo mundo que pode dizer que tem uma cidade só dela.
Vamos lá, o que o dia me reserva? Trabalho? Isso, hoje eu trabalho. Eu gosto do meu trabalho, me possibilita tratar de assuntos que eu simplesmente adoro, esoterismo. Aprendi no longo da minha carreira como taróloga que todo Santo dia as coisas podem ser completamente diferentes do dia anterior.
Tenho algumas consultas marcadas. Rostos novos e alguns já bem conhecidos. Fala com um aqui, incentiva outro acolá e missão cumprida, pelo menos é o que espero. Mas não, tem mais coisa. Liga para esse aqui, resolve o problema daquele outro que ninguém conseguiu resolver.
Ainda bem que a minha agenda hoje era pequena. Assim posso fazer outras coisas que eu adoro... Ainda tem uma imagem para ser pintada e das grandes, topa? Sim! E como topo.
Ai está outra coisa que me faz sentir liberdade na minha pele. Pintar faz os meus medos, as minhas dores passarem. Renovam a minha criatividade, transforma os meus pensamentos. Faz as coisas começarem a se encaixar.
Nem pensei duas vezes. Peguei o pincel, a tinta e o avental. Chama a Branquela pra perto, por que é diversão garantida. Amarrei os cabelos, por que ninguém merece ficar com tinta colorida no cabelo. Liguei o som e comecei a trabalhar.
Adoro pintar e ouvindo música ai é que a coisa fica boa. Canta e alto som, e começa a trabalhar. Primeiro passa a base, depois é que começa. Que tal um dedo sujo de branco? E agora tem outros três com tinta azul e nem comecei a usar o vermelho. Em pouco tempo a imagem vai tomando forma, tomando cor. E eu, que antes era amarela por não tomar sol, fico multicolorida, com tintas nos dedos, nos braços e no rosto.
Mas não é só eu, não. A Branquela também. Tem uma machinha aqui de vermelho no rabinho. Azul nas patinhas. Preto nas orelhinhas e um amarelo que não tenho a menor idéia de onde surgiu no focinho.
Uma boa hora para tomar um banho, não? Tomar banho é uma festa, pelo menos pra mim e para a Branquela. Nunca vi cachorra mais comportada na hora de tomar banho como ela. Acho que quem faz mais bagunça sou eu e não ela.
Prontinho. Banho tomado, pêlo escovado e cheirinho de bebê no ar. E uma cara de fome que Santa Mãe de Deus. Agora deu fome em mim também...
Uma bela tigela de ração e um copo de suco pra mim. Sentamos no batente eu e ela, ela e eu, juntinhas como amigas de infância. Ali caladinhas, mas ao mesmo tempo conversando com nossas almas.
É incrível essa sensação. Não existem palavras para descreve, tamanho encanto que aquela cena tem. É uma amizade formidável, intensamente perfeita.
As vezes penso que a minha pequenas é uma parte de meu ser, outras que é um anjos de patas macias que veio me salvar da triste solidão. Mas, nessas horas tenho certeza, que ela é a melhor amiga que eu já tive e terei em toda a minha vida.
Bom, hora de ir para faculdade. Gosto dessa parte também. Por mais que eu esteja contando os dias para acabar esse curso e me formar (37 dias de aula, tirando os sábados e domingos). Vou sentir saudades dos amigos, dos risos, das historias engraçadas e até das serias também. É delicioso ver os amigos, conversar com eles, partilhar dos seus dias e principalmente me divertir aprendendo.
Cada pessoal ali tem uma parte importante na minha felicidade. Seja um colega de sala ou um putz amigo mesmo. Honestamente vou sentir saudades. Uma saudade boa.
Mas a melhor parte mesmo, é quando chegou em casa. Do portão vejo a Branquela paradinha na porta de casa, balançando o rabinho e com carinha de: minha dona chegou. É uma das cenas mais lindas do meu dia. A minha menina, ali, me esperando. Você precisam ver a alegria que ela fica quando me ver. Não sei quem fica mais feliz, se ela ou se eu.
O que sei é que termino a noite, com a Branquela do meu lado, deitadinha no seu travesseiro, bem do lado da minha cama. Cobertinha com o seu lençolzinho e eu como boba, olhando-a dormir. Essa é a melhor parte de todas as coisas boas do meu dia. Ver a minha pequena dormindo.
Como diz a música “amanhã, será um lindo dia da mais louca alegria que se possa imaginar”
Com carinho,
Dely Nicolete

Nenhum comentário:

Postar um comentário