domingo, 2 de janeiro de 2011

Eu e minha paixão por cachorros...

Sempre fui uma completa apaixonada  por cachorros e nunca escondi de seu ninguém minha paixão por eles. Já possui vários cachorros, mas nenhum tão especial como a minha pequena Branquela.

Hoje venho falar dessa paixão... Minha paixão por cachorros...

Quando pequena ganhei o meu primeiro cachorrinho. Era um pastor alemão, preto com amarelo, filhotinho ainda, mais bem atrevido. Resolvemos chamá-lo de TROVÃO, pois parecia um trovão quando se soltava.
Pastor Alemão - mesma raça do Trovão, da Lesse e do Jubileu.
Trovão foi criado na mamadeira e nos braços como quase todo filhotinho é criando quando se tem criança em casa. Eu, como apenas 6 anos, adorava meu pequeno amiguinho, que logo cresceu, mas não deixou de ser o meu menino.

Solitário, Trovão crescia e causava medo em todos da nossa rua. Quando sem querer se soltava, os moradores fechavam as portas de suas casas e corriam para ligar para cá para casa, para que fossemos buscá-lo.

Meu pai era quem sempre ia buscar. Mas Trovão, menino ainda, só queria saber de brincar, fazia meu pai correr o quarteirão inteiro e quando o via cansado entrava para casa sem dá nenhum trabalho.

Por anos, era eu e minha mãe éramos quem o banhavam. Sempre com muito carinho e cuidado, pegávamos aquele pequeno grande cachorro e fazíamos a festa. Era um momento mágico, só meu, da mãe e do Trovão.

Até que um dia, ele ganhou uma companheira, também pastor alemão. Lesse, esse era o seu nome.

Digamos que Lesse era completamente diferente do Trovão, mas amável do mesmo jeito. Juntos e em pouco tempo, meus bichinhos de estimação tiveram filhotinhos.

Meu menino, agora tava crescido e tinha virado papai. Era um pai amoroso e cuidadoso. Seus filhotes eram lindos. Pura raça!

Da primeira ninhada ficou apenas um. Filhote forte, grande, de patas belas e muito parecido com o Trovão. Até os pêlos, a coloração e a carinha fofa.

Demos o nome de Jubileu (por conta da Jubileu dos X – mens, acredite se quiser, mas eu assistia esse desenho quando pequena).

Jubileu foi meu primeiro animal de estimação de verdade. Eu quem cuidava, quem dava alimento, banho e principalmente muito carinho.

Levava-o para onde eu fosse. O amava de forma inexplicável.

Minha mãe, preocupada com essa relação tão forte de carinho e amizade, acabou por cometer um cruel erro de vendê-lo. Bonito como era, forte e gordinho, foi tão fácil encontrar um comprador.

Quando cheguei do colégio e não vi o meu menino Jubi, ali comigo, sofri, chorei e até febre emocional tive. Meus pais, tentaram encontrar o comprador mas já era tarde, Jubileu já tinha sido passado para frente.

Talvez quem tenha entendido o meu sofrimento, tenha sido o meu velho amigo Trovão, que sentia falta de seu pequeno filhotinho. Dividimos por muitos anos a dor da perda do primeiro herdeiro de Trovão e Lesse.

O tempo passo e Jubileu não foi esquecido. Cada nova ninhada de Lesse e Trovão, meu pai procurava um cachorrinho forte como o Jubi, mas não encontrava.

Cada filhotinho nascido foi cuidado com todo amor e carinho por mim e por minha mãe (foi ela quem me ensinou a amar os animais), até o dia em que estaria pronto para serem vendido.

Eu pequena ainda, ia junto com meu pai para a feira de animais vendê-los e sempre que um daqueles pequeninos saiam de nossas mãos, eu me despedia com um beijinho no topo da cabeça e dizendo ao novo dono que costumávamos chamá-los por nomes especiais.

Pouco sei, se algum dos compradores permaneceu chamando-os pelos nomes dados aqui em casa,  mas a verdade é que cada filhotinho do Trovão e da Lesse foi batizado por mim e eternizado em meu coração.

Belo dia, pedi aos meus pai um animalzinho de estimação para mim. Argumentei que Trovão vivia em sua casinha e mal eu podia brincar com ele, já que solto causava terror na vizinhança. Agora tava grande, pesado e às vezes valente (chegava a dá medo, principalmente a uma criancinha de 8 anos), mas eu o amava e não queria perdê-lo, apenas queria um amiguinho.

Pedi, chorei, implorei, até que meu pai me prometeu um cachorrinho. Um cachorrinho para dentro de casa, pequeno talvez.

Fomos juntos comprá-lo na feira em que vendíamos os filhotinhos do Trovão.

Procuramos, procuramos e acabamos comprando um poodle. Era um macho, peludo, grandinho já. Chamamos de Maradona.
Poodle, a raça do Maradona antes de ser pintado...

Eu não era fã de futebol na época, se fosse ele teria outro nome, não Maradona.

Mas esse nome foi minha mãe quem deu.

Maradona, não foi lá um grande companheiro, ele tinha muitas manias e eu não tinha gostado em nada do fato dele não ser amigável.

Branquinho...

Sua cor oficial era branca, mas Maradona foi vendido com a cor rosa.

E acredite, foi eu quem vendi o Maradona, para um jovem casal que adoraram a cor rosa que ele tinha.
Antes das grandes lojas inventarem de pintar cachorro, eu já fazia isso com papel crepom. Maradona foi vendido assim.

Papel crepom fez um excelente trabalho. Vendemos o Maradona bem.

Meu pai me falou que com aquele dinheiro ele compraria um poodle pretinho para mim. Filhotinho de preferência, para que eu criasse deste pequeno e aprendesse a dividir a vida com ele.

Faltavam poucos dias para que eu fizesse 10 anos e nada do meu cachorrinho vim...

Eis que em uma bela manhã. Acordo com os meus pais e meu irmão sentados em minha cama. 

Minha mãe segurava um ser pretinho, pequenino ainda.

Sem pensar duas vezes, abri um sorriso e logo peguei no colo minha nova amiguinha.

Pedrita.
Poodle Preto Zero - raça da Pedrita.

Esse era o nome de minha cadelinha.

Um poodle preto zero, com apenas 3 meses de vida.

Pedrita e eu nos divertíamos muito. Ela dormia em berçinho de boneca, do lado da minha cama. 

Cabia na minha mochila do colégio e por varias vezes levávamos nos cantos e as pessoas pensavam que se tratava de uma cadelinha de pelúcia.

Pedrita foi minha companheira quando meus pais se separaram, quando parei de estudar na quarta série e principalmente de longas noites. Acho que a minha primeira relação douradora com um animalzinho de estimação.

Mas num péssimo dia, acordei e minha pequena não mais estava conosco. Simplesmente desapareceu. Uma prima minha deixou a porta de casa aberta e minha pequenina saiu achando que eu estava fora e foi levado por um motorista malvado por ai.

Aquele tinha sido a segunda dor de perder um amigo.

Chorei por dias, sofri muito e não mais quis outro animalzinho.

Nessa época, já não mais tínhamos nem a Lesse nem o Trovão.

Os anos foram passando e um tio meu me deu uma cadelinha branquinha com manchas marrons e ruivas. A raça ninguém sabia, uns diziam que era poodle, outros que era um vira-lata.

Branquela, nome escolhido por sua cor.

Essa seria a minha nova amiga e o futuro me diria que ela seria a minha grande e melhor amiga.

Branquela tinha os olhos bem amarelinhos. Rosto faceiro, cheio de dengo e charme. Foi paixão a primeira vista

A primeira passagem da Branquela aqui em casa, pouco me lembro. Mas quando minha menina voltou para cá, essa sim me lembro de cada detalhe.

Eu estava no 2º ano do Ensino Médio no Rosa Gattorno, tinha meus 17 anos. Faziam anos que eu não tinha animais de estimação. Sentia-me triste, solitária. Mas minha vida mudou quando ela chegou...

Era Novembro, quase finzinho do mês.

Aquele mesmo tio que me deu Branquela da primeira vez volta aqui em casa, dizendo que estaria viajando e não tinha com quem deixar a Branquinha.

Na mesma hora minha mãe diz que podíamos ficar sim com ela.

Aquela cadelinha que vi não era a minha Branquela. Não era mesmo.

Os pêlos sujos, com as orelhas enormes arrastando no chão seus pêlos. Olhinhos tristonhos, rabinho sempre escondido.

Aquele tio foi embora e me deixou minha pequena, assustada.

No dia seguinte, não resistir.

Peguei uma toalha, xampu e o balde e foi banhar aquelas cadelinha assustada.

Nunca em minha vida, vi uma cadelinha ficar tão quieta ao tomar banho, apenas tremia antes mesmo de ver água.

Branquela aos poucos foi mostrando que seus pêlos ainda eram brancos, que apenas estavam sujos. 

Que suas orelhinhas estávamos ali, cinzinhas como sempre, mas seus pêlos compridos escondiam sua beleza.

Os olhinhos tristonhos, não mais estavam amarelinhos como quando a ganhei pela primeira vez. 

Agora estavam mais escuros, mais ainda sim com beleza.

Em uma tigela de leite, muito carinho e amor, renasceu aquela velha amizade.

Aos poucos fomos nos reconhecendo, fomos nos tornando amigas.

Minha solidão agora sumia e dava lugar a uma felicidade dividida com um animalzinho de olhar doce e calma.

Nosso primeiro Natal juntos foi encantador.

Era a primeira vez em longos anos que não iria ficar sozinha depois que todos fossem dormir.

Sentamos no chão, eu com um copo de coca-cola e ela com sua tigela de ração.

Ficamos ali caladinhas por um tempo, quando no meio de tudo aquele silêncio, solto uma frase: 

“Branquela, que possamos passar muitos Natais juntas!”

E Deus escutou minhas preces...

Trouxe uma amiga para todas as horas... Companheira de estudo, de bagunça, de todos os bons e maus momentos. Companheira de trabalho, já que para onde eu vou, ela vai junto.

Dividimos grandes e pequenos momentos. Dias bons, meses complicados e anos perfeitos.

Veio 2005, 2006, 2007... 2010.

Eu e a Branquela no meu Aniversário de 24 anos.

Esse ano as coisas não saíram como eu esperava.

Primeiro veio a minha inflamação nos rins e o Natal foi curto por conta das injeções e da dor que elas causavam. Eu que sempre ficava acordada até cinco ou seis da manhã, foi dormir bem cedinho, logo após ceiarmos e trocarmos os presentes.

Festa curta, mas cheia de sentindo. Afinal de contas Natal é época de está com a família.

Depois veio a Branquela que ficou doentinha no dia 30 de Dezembro.

Juro que foi o momento mais difícil que passei em 2010 inteiro. Ver minha menina sofrendo como estava e nada poder fazer foi cruel.

Na pressa esqueci da minha própria dor (das injeções) para salvar minha filha.

Corremos para um veterinário e sem pensar nem si quer um único momento, implorei a doutora que cuidasse dela e não a deixasse morrer.

Aflita, vi cuidarem dele. Tratarem com soro e remédio contra envenenamento. Mas as tonturas e o vomito persistia.

Horas depois podíamos ir para casa. Ela ficaria bem. Mas precisaria volta e fazer exames. Como era tarde não tinha mais condição de fazer os exames.

Então voltamos para casa, com a minha pequena tonta no meu colo.

A noite foi longa, sempre que fechava os olhos lembrava dos momentos que vivi ao lado da Branquela. Cada movimento dela acordava assustada com medo de algo sério acontece e eu não está do lado dela.

Na manhã seguinte, ainda vomitando, levo-a novamente ao veterinário.

Dessa vez, fazem um hemograma completo e exames para fígado e pâncreas. A colocam novamente no soro e de oito da manhã até as duas da tarde fico ali do lado dela, sem sair um instante, segurando sua patinha, rezando para que ela fique bem.

O resultado do exame chegou... Graças a Deus não foi envenenamento...

Os exames estão normais... Mas ela tem glaucoma e labirintite canina.

Respiro aliviada ao ouvir que minha menina não sofre de algo mortal.

Sorriu, quando me dizem que ela vai ficar bem. É só cuidar de dá todos os remédios na hora certa.

O ultimo dia do ano foi inteiramente dedicado a minha pequena. Colocava-a no colo, dava seus remedinhos, a acalmava e rezava para Deus que tudo ficasse bem e ficou.

Graças a Deus, hoje minha menina está bem...

Ainda em tratamento e se recuperando aos poucos.

Eu, tenho inúmeras promessas para serem pagas  ao longo desse ano. 

A Branquela, minha pequena luz

E posso dizer com toda a sinceridade de minha alma...

A Branquela é um pedacinho da minha alma, a luz dos meus dias. Tê-la junto comigo foi o maior presente que Papai do Céu podia ter me dado na minha vida inteira.

Obrigada por ela está bem...

Com carinho,
Dely Nicolete

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